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quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014







Somos as bolas e os senhores os pés !


A mesma coragem e disposição em bater e amarrar , deveria ser a mesma em derrubar os governos que não correspondem às propostas de transformação social. No entanto, é mais fácil, deslocar e transferir todo ódio e impotência a quem já nasceu marginalizado. Talvez sejamos muito mais criminosos, afinal, nos compactuamos com os grandes ladrões e assassinos que estão no poder, e ainda assim, a esses canalhas, depositamos nosso único instrumento de transformação política em troca de favores, cargos e tantas outras barganhas.

Assim , a justiça, ou os métodos perversos que iludem justificar a penalização do outro sob a sentença da “surra”, do linchamento e de outros métodos, nos leva a refletir sobre aspectos inseridos ao qual deslocamos e transferimos aos outros, apenas o que recebemos, e claro, em relação ao contexto político social, o que temos aprendido?  Parece-me, que a lição é a de unirmo-nos em bandos, para que possamos estabelecer criminosamente vantagens tão claras quanto as que estão nas elevadas esferas das relações de poder quanto a nós e, dessa forma, como somos diuturnamente surrados por determinados grupos que assaltam a nação e espancam nossa confusa moral e pretensa honra, esperamos o primeiro miserável para que, sobre o mesmo, possamos, em seu corpo, deixar as marcas de nossa explícita miséria como seres indefinidos, mesmo que humanos, entretanto, pouco estruturados em relação ao que somos.

 O que temos sido? Não sou eu quem vai estabelecer juízo de valores, aliás, são esses juízos de valores torpes  que estão arrastando –nos ao apelo do ódio, mas , saibamos, por detrás desse sentimento que vitima milhares de pessoas, há um profundo conflito psicossocial, onde , toda raiva, ódio, frustração que o estado em sua finalidade nos causa, está agora, numa onda psicopatológica, explicitando que o sistema , sim,  que todo o sistema que envolve as relações de poder estão deteriorados, apodrecidos, tornando-se a matriz de toda a violência que nos furta em nossas esperanças ,  deixando, em nossas mentes, as marcas invisíveis dos estupros de nossa dignidade.

Enquanto o teatro dos horrores , em sua panaceia, derrama o sangue de milhares  de pessoas, nas estruturas de poder, grande parte, se preocupa como a performance que poderá garantir-lhes mas quatro anos , mas , não aprofundam as discussões quanto a grave crise que assola a nação. Ok, somos a sétima economia do mundo? Tudo bem, no entanto, pagamos muito caro para dar essa visibilidade , e o que recebemos de volta? Uma educação que está entre as piores do planeta, um sistema de saúde que deveria ser um dos melhores do mundo, mas , infelizmente, é insuficiente e, ao mesmo tempo,  desprovido dos recursos que a dignidade do ser humano e sua complexidade requer.  Também figuramos como os piores em relação à segurança pública e defesa social. Em relação ao crescente número de dependentes químicos, aí está, eles, são a resposta mais evidente em relação ao pouco que  os senhores e as senhoras fizeram , pois, o que fazem tem um nome , voto, e o querem a todo preço, mesmo que, para tê-lo, seja necessário vender e saquear toda a nação.

Somos as bolas , e os senhores, os pés, que nos chutam mais uma vez para o fosso dos estádios da existência, negando-nos a estabilidade social, o desenvolvimento sério não maquiado, o amadurecimento de um estado democrático que debata ideias , jamais egos inflados, ou , personalidades psicopáticas que se agrupam em quadrilhas, máfias, partidos , ou qualquer outra maneira que encontrem, pois , a vossas senhorias , senhores políticos,  pouco interessam os meios, pois , as finalidades são bem claras a todos que desejarem assistir a verdadeira tragédia humana.

Marcus Fleury é psicólogo.

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

O que tenho a oferecer tem muito mais a incomodar.












Não me lembro de mais, porém, há muito tempo, opiniões quanto ao que preciso para viver em minha história deixou de ter validade. Não me pauto por aquilo que esperam de mim, aliás, até sugiro que nada esperem, afinal, possivelmente o que tenho a oferecer tem muito mais a incomodar que as dóceis palavras de sábios de plantão, desses que fazem dos seus livros de “alto-ajuda”, instrumentos milionários que realmente os ajudam muito.

Claro, há uma carência e uma perda tão grande de referências que qualquer um que aponte os caminhos que já bem sabemos quais são, tornam-se bússolas para que diante de qualquer tropeço possamos justificar nossas quedas, claro, nunca buscando assumir nossas responsabilidades pessoais diante das escolhas que fizemos, mas, sempre, nos desculpando diante da acusação quanto à alegação que os outros estabeleceram erros em nossas vidas. Há uma imensa covardia em assumir a própria existência, e assim, sempre ficar mais cômodo negar aquilo que se é, que se foi, ou, até  mesmo, que nada foi ainda, entretanto, protelar esse encontro é ampliar a perspectiva em entorpecer-se cada vez com tantas novidades que, logo adiante,  nada mais trará o efeito que aguardávamos como alento e transformação.

Se realmente desejamos almejar determinadas condições, temos que nos dispor a enfrentar o caminho para que possamos chegar ao resultado, sempre conscientes que há probabilidades de acertos, porém, todas elas passam por adequações a novas situações, sempre nos ensinando a importância da flexibilidade e a verdadeira fragilidade da rigidez. Ser flexível é estar diante da condição em permitir-se mudar sempre, sem se preocupar com juízos de valores, nem mesmos com viesses ideológicos, afinal, esses códigos morais, nada mais são senão, que motivações que sustentam determinados grupos que acreditam serem os senhores de muitas vidas, inclusive da sua.

O padrão para a sua felicidade só pode ser definido por você mesmo, pois, aquele que espera no outro, ou, em qualquer outra coisa, algo que os possa fazer feliz, ah, esse aí, já se abandonou há muito tempo.

Penso que temos que analisar cada detalhe de nossa vida, sem, é claro, desmerecer o que há na vida do outro, entretanto, conscientes, que o melhor que há em mim jamais poderá ser responsabilidade de um amor, ou consequência de um desamor. O que há, em cada um, é resultante de um fator de escolhas feitas e nada mais. É o inteiro daquilo que se é, e não as metades de muitos outros aos quais sujeitamos para negar a tirania daquilo que somos.

Marcus Fleury







      

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Tudo pode ser muito pior; só depende de você.




                    


É mais que natural que sejamos surpreendentes a uns, e decepcionantes a outros. Ora, imagina só o quanto seríamos muito piores se todas as pessoas esperassem o melhor de cada um de nós? Sem dúvida, essa ilusão que todos esperam o melhor que possamos oferecer é mera farsa, uma fantasia forjada no mito de narciso e todos bem sabem, que ao final da história, definha-se por tanto contemplar a si mesmo. Portanto, nada mais saudável que aceitemos nossos erros, reconheçamos nossas fragilidades, nossas babaquices crônicas, entre elas, esse tola e sufocante mania em buscarmos a perfeição naquilo que já nasce dotado de uma complexidade tão grande que permitem-se erros e acertos na mesma proporção, ou então, de tempos em tempos, uns mais , outros menos.

Ah, essa história do para sempre, isso é o ônus que já faz o amor ser um aborto, afinal, sufoca a possibilidade em crescermos na exigência neurótica de uma anulação do para hoje. Não dá para viver para sempre, sem sequer saibamos o que é o para agora. Não dá para construir um futuro se não tivermos as experiências adquiridas dentro das realidades presentes.

Sabem, penso que talvez seja o tempo para que os que estejam atravessando os desertos das incertezas mudarem o foco, transformando-as nas mais viáveis possibilidades em reencontrarem-se em sua própria história, não na certeza exigida por convenções, nem mesmo, pelos desejos que os outros possam querer impor sobre as nossas vidas, mas, que na tranquilidade que na flexibilidade do “talvez”, possamos percorrer com liberdade o sim e o não, o real e o imaginário, passando pelo simbólico, e assim, consigamos definir o que desejamos viver dentro de uma determinado contexto.

Cada um deve estabelecer em sua caminhada o que necessita, mas, carregar as exigências do mundo que o outro deseja ser sobre nós, nas costas, nunca será a melhor escolha; quer saber de uma coisa, será a pior! A mais massacrante, e menos dotada de condições para que cada um seja o que necessita ser.

Claro, o dia em que você optar por si mesmo, lembre-se, ao menos uma dúzia dirá que seu egoísmo é impressionante, entretanto, os mesmos que o acusam em ser egoísta, se esquecem em desfazerem-se desse mesmo sentimento, afinal,querem que sejam sempre iguais, todos presos a um mundinho sórdido , dotado de conceituações e juízos de valores que os torna tão parecidos que mal conseguem distinguir-se quanto  quem é quem nessa relação onde tudo quando misturado não nos permite  singularidade.  

Marcus Fleury Junior