O comportamento nos dias
atuais deixa-nos atônitos quanto aos anos que vivemos. Não desejo ser erudito na
escrita, até mesmo, por que, atualmente, o que mais precisamos é de algo que
fale conosco sem a forma prolixa que esconde o ser humano por detrás
de seus títulos ou de suas tão declaradas inteligências , capacidades ou suas
teorias que, diante da tragédia humana desnudada,
nesses 17 anos de um novo século , nos leva a um desassossego e a um ilusório desapego com nossa condição de neuróticos, fazendo-nos forçar transpor as barreiras da
realidade, conduzindo-nos, assim, dissimuladamente, à loucura, jogando para debaixo do
tapete o mal que temos feito a nós mesmos e às novas gerações.
Quando me refiro à
loucura, nunca o faço forma depreciativa, afinal, me permito garantir que os
loucos não estão em sua condição buscando prejudicar a quem quer que seja, apenas vivem suas complexidades, seus universos, assumem seus comportamentos e
despem-se em seus sintomas de forma bem distante de nossa sociedade. Essa , sufoca-se no grande mal-estar com sorrisos e
uma “obrigatoriedade” de felicidade, prosperidade, status, coleções de
“desamores” e o histrionismo, onde, o que vale, é ser o “eixo gravitacional” gerando
uma condição de controle sobre todos outros pretensos “eixos”. Em verdade, é que não há verdade; porém, as
evidências conduzem todos a uma mesma direção, numa rota de colisão a qual
pouco restará quanto aquilo que cada um é em sua identidade, afinal, todos andam
tão semelhantes uns dos outros que, até mesmo, se distanciam da universalidade subjetiva
do ser humano.
Onde ficaram as
referências que constitui cada um como ser único? Por acaso estão nos manuais
de boas maneiras e redes sociais? Estão nos tratados que definem o que todos tem, cabendo , aceitar silenciosamente,
sem questionamento, o “carimbo” que
define uns aos outros de forma tão próxima impossibilitando até mesmo
visualizar a própria sombra?
Recorro à memória,
trazendo, lá do “cafundó do judas”, a lenda onde, o Imperador Alexandre “grande” ,
para avaliar a Diógenes , o filósofo, perguntou-lhe com toda sua empáfia, o que
ele poderia lhe fazer. A resposta foi acima de todo império, de toda destreza
das lâminas, ou do ouro.
Disse Diógenes: “Quero apenas que saia da
frente do meu sol, pois estás me fazendo sombra”.
A sombra do imperador
Alexandre, com todas suas honrarias, estava se sobrepondo a autenticidade de quem
sabe o valor da sombra projetada em sua própria história de vida. Assim,
estaria o ser humano fingindo destituir-se de sua própria escuridão e buscando no
efêmero brilho das vãs conquistas misturar-se a tantas outras imagens que nada
o define? Apenas quem pode responder isso será você. Porém, caso persista em
ficar onde está, que fique; pode ser que a perspectiva que você tem de si mesmo,
continue distorcendo aquilo que precise com seu antídoto da invisibilidade e sua condenação a perder-se no nada.
Marcus Fleury
1 Comentários:
Meu amigo, como sempre perfeito em suas palavras! Donde estás a subjetividade inerente a cada ser??? Talvez esteja nas redes sociais ou estampada nas capas de revistas, infelizmente! Fico pensando o ser humano está se resumindo em escores e escalas... sem falar nas benditas ou malditas (não sei) medicações que sem pudor servem pra todos do mesmo modo! Me sinto preocupada...
Por
Unknown, às 25 de abril de 2017 às 07:02
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