Dê o título que desejar ?
O título? dê o que desejar !
É
necessário pensar, rever posturas e mudá-las quando for necessário. As redes
sociais são a grande sacada desse confuso e infeliz mundo pós-contemporâneo.
Nelas, as alegrias se refazem à velocidade que atordoam nossas sinapses, e as
fantasias são representadas na jogada semântica confundido a razão ou as
razões tão torpes quanto nossa capacidade em sermos tudo aquilo que é expresso,
mas , será que é vivido?
Buscamos
o alívio rápido para um tempo onde presencialmente dissimulamos, mas, sentados
em nossos “Bunkers” cibernéticos tornamos-nos tão nós mesmos que em certo
momento, depois de termos sido os Don Quixotes nessa farsa possivelmente tão
necessária nos deparamos com o que está aí fora nas ruas, nesse inferno real
repleto de incertezas , onde, nem o vil metal, em toda sue tempo de gloria e
poder, resistiu ao que é plástico e deforma a felicidade e corrompe
o prazer.
Se
queremos , com uns toques, nessa sopa de letrinhas, alcançamos, porém, com a
mesma velocidade perdemos, e lá vem, mais uma vez, em inúmeras tentativas a
busca por aquilo que desejamos ser numa superficialidade tão atroz que nos
confundimos entre o real e o virtual.
Todos
numa só direção, em diversas frequências, mas numa mesma finalidade, mas qual
mesmo? Será que sabemos ao certo, ou quando nosso cetro de arrogância poética
se desfaz, nos sentimos tão impotentes que sobre a desgraça social nos sentimos
ávidos ao linchamento do outro apenas para apresentar nossa mais completa
degradação quanto ao que é muito mais forte dentro de cada um. Esse ódio
encoberto pelas adocicadas guloseimas compulsivas, num “candy crush” de amor
pós-contemporâneo, que nos remete ao que somos como seres primitivos, porém,
hoje, domesticados pelas elegantes e confortáveis tecnologias embrutecedoras e
alienantes.
Tornamo-nos
revolucionários em nossas mentiras mal contadas, nas armadilhas que criamos
para que sejamos pegos, mais cedo ou mais tarde, num grande rito de
auto-sabotagem , e assim, sem nada do que havíamos pensado conquistar , estamos
todos nós de mãos vazias, de pés atados e de mentes aprisionadas favorecendo ao
pior dos opressores que existem, nós mesmos, afinal, os outros, nem mais
precisam se dar ao trabalho em grandes esforços, pois, estamos rendidos e nos esquecemos
que a transformação que requer mais que 140 caracteres; requer, textos, mais
textos, mais textos e muito mais ação.
Tornamo-nos
maridos perfeitos, esposas dóceis, filhos resignados, amigos leais e quando
acordamos será o que somos realmente? Será que tudo o que apresentamos, ou
ainda somos muito mais aquilo que não sabemos o que há em nós? Assusta-nos
muito saber que iremos mais cedo ou mais tarde descobrir? Então, mecanismos de
defesa, defesas que se desfazem diante dos primeiros trovões, das primeiras
tempestades, das primeiras “bombas de efeito moral” nos colocando tão mais nus
que quando nascemos.
Tornamos-nos
“politicamente corretos, mas , o outro que se “fôda”, afinal, são as bandeiras
que são seguidas, e não a esse tão defasado bicho acuado, o Ser Humano, que ao
se posicionar é levado às lapides e abandonado aos abutres devoradores de
“coxinhas”.
Tornamos-nos
religiosos, mas , num primeiro espasmo de semi-deuses, consumimos a fé do outro
para que possamos sustentar as nossas incertezas.
E
assim, vamos de mega-bits em mega-bits, nos escondendo quanto ao que mais
necessitamos, fortalecendo nosso adoecimento psíquico e nosso caos emocional.
Marcus Fleury
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