Não sou louco senhor Paulo Rassi, sou loucaço.
Quando fui convidado a participar do grupo que elaboraria o
programa de governo de Iris Rezende, me senti muito honrado, no entanto,
decidido a não retroceder um milímetro quanto à construção de uma proposta
avançada de políticas de saúde mental e dependência química. Os que me
acompanham há anos, sabem muito bem que defendo um programa de redução de danos
e de maior controle quanto a prática de internações, por considerá-las um
sistema de encarceramento e não tratamento.
Tivemos duas reuniões, sendo as mesmas, elevadamente
improdutivas, pois, como sempre, a questão dependência química, ficou relegada
a último plano. Insisti, pedi, sugeri mais reuniões e nada. Porém, ontem, dia
03/10/2014, questionei os coordenadores
do grupo,com a seguinte argumentação :
Parabéns, senhores
coordenadores... As eleições estão ai e nada avançou em relação a discussões
relacionadas à dependência química. Vale internar na OS, né mesmo, Paulo Rassi?
Bastou isso, para que o senhor Paulo Rassi, transformasse meus
questionamentos numa questão pessoal dele com meu saudoso pai, tentando constranger-me, claro , sem sucesso, afinal, sei muito bem minhas origens, e
jamais tive motivos para me envergonhar de quem sempre cumpriu suas missões com
a cabeça erguida, sem dinheiro público no bolso ou uma lista de amantes
empregadas no serviço público , como muitos o fazem.
Após suas sucessivas tentativas mal sucedidas em ofender-me, ao observar
que não retrocedo quanto ao que defendo, e que em questão, não debatíamos nada no contexto familiar,
porém, um assunto técnico-científico, o Sr Paulo Rassi, disse que várias
pessoas encaminharam whatsapp, chamando-me de" louco e descompensado" .
Bom, se diante do contraditório somos considerados loucos ou
descompensados, na tentativa em fazer-nos calar, imaginem o que esses elementos
são capazes em fazer com quem sequer tem condições em responder quando estão
contidos quimicamente em manicômios ou em comunidades terapêuticas.
Cabe ressaltar, Sr Paulo Rassi, que se ser louco ou
descompensado é lutar por um sistema de saúde humanizado que trate com respeito
e dignidade os que são excluídos por desenvolverem transtornos mentais , ou
mesmo, níveis de dependência química comprometedores, sou mais que louco sim!
Na minha trajetória, Sr.Paulo Rassi, já orientei pais e mães
a retirarem das masmorras das unidades manicomiais e dos infernos das
comunidades terapêuticas em torno de 300 pessoas , e isso, claro, para quem
defende interesses de empresários da industria da loucura, dissimulando com o
termo "tratamento", e assentado no conforto de seus gabinetes, rodeado
com o alento das bajulações e inebriado em parafilias, afinal , o poder é
orgasmo dos fracassados , sem dúvida, incomodo hoje e incomodarei sempre, pois
, construí um campo de luta onde, muitas vezes, nos parecemos ser frágeis, no
entanto, a fragilidade está nos que nos vêem, sendo desmascarados pelas
próprias práticas e pelos péssimos
resultados.
Sua conduta, Sr Paulo Rassi, não me surpreende em nada.
Recordo-me , em um dos aniversários de Campinas, nossa Campininha das Flores,
bairro secular, anexado a Goiânia, o vi gritar e ser ríspido com uma senhora de
quase 90 anos, que buscava informar-se sobre os serviços oferecidos naquela
data, no colégio Santa Clara. Então , daí , podemos imaginar o que pode sair de
uma personalidade como a de vossa senhoria.
Quanto a sua postura arbitrária direcionando a mim, seus
complexos e conflitos mal resignificados ao senhor ser questionado no grupo de
trabalhos relativos à saúde do programa de Governo de Iris Rezende, posso
garantir, com todas as letras, que não passará de mais um fracasso, mais um
ajuntamento de letrinhas de academicistas viciados nas entranhas do poder ,
afinal , o construíram com discussões restritas a interesses de uma meia-duzia,
e não abrangendo as realidades biopsicosociais que revelam o fracasso dos
programas que aí estão , ou que foram elaborados por mentes conservadoras e
confusas.
Diante de tais fatos,
saio do grupo de trabalho, afastando-me, definitivamente, de uma coligação
composta por alguns elementos que são a grande razão do insucesso da empreitada
de Iris Rezende, a quem nutro profundo respeito, porém, não me sujeito , nem
mesmo , me permito conviver com determinadas pessoas que tornam as diferenças a
razão para suas arbitrariedades.
Há coisas que ouvimos
desde a mais tenra infância, e sou muito dado a cultura e sabedoria popular ,
então , fico com essa que descreve muito bem todo o enredo:
" Quem com porcos se
mistura farelo come”... assim, que cada
um fique em seus espaços, claro, alguns deveriam ocupar pocilgas.
Marcus Fleury é psicólogo e coordenador do Ateliê de Inteligência
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