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sábado, 4 de outubro de 2014

Não sou louco senhor Paulo Rassi, sou loucaço.



                                                                             




Quando fui convidado a participar do grupo que elaboraria o programa de governo de Iris Rezende, me senti muito honrado, no entanto, decidido a não retroceder um milímetro quanto à construção de uma proposta avançada de políticas de saúde mental e dependência química. Os que me acompanham há anos, sabem muito bem que defendo um programa de redução de danos e de maior controle quanto a prática de internações, por considerá-las um sistema de encarceramento e não tratamento.

Tivemos duas reuniões, sendo as mesmas, elevadamente improdutivas, pois, como sempre, a questão dependência química, ficou relegada a último plano. Insisti, pedi, sugeri mais reuniões e nada. Porém, ontem, dia 03/10/2014,  questionei os coordenadores do grupo,com a seguinte argumentação : 

Parabéns, senhores coordenadores... As eleições estão ai e nada avançou em relação a discussões relacionadas à dependência química. Vale internar na OS, né mesmo, Paulo Rassi?

Bastou isso, para que o senhor Paulo Rassi, transformasse meus questionamentos numa questão pessoal dele com meu saudoso pai, tentando constranger-me, claro , sem sucesso, afinal, sei muito bem minhas origens, e jamais tive motivos para me envergonhar de quem sempre cumpriu suas missões com a cabeça erguida, sem dinheiro público no bolso ou uma lista de amantes empregadas no serviço público , como muitos o fazem.

Após suas sucessivas tentativas mal sucedidas em ofender-me, ao observar que não retrocedo quanto ao que defendo, e que em questão, não debatíamos nada no contexto familiar, porém, um assunto técnico-científico, o Sr Paulo Rassi, disse que várias pessoas encaminharam whatsapp, chamando-me de" louco e  descompensado" .

Bom, se diante do contraditório somos considerados loucos ou descompensados, na tentativa em fazer-nos calar, imaginem o que esses elementos são capazes em fazer com quem sequer tem condições em responder quando estão contidos quimicamente em manicômios ou em comunidades terapêuticas.

Cabe ressaltar, Sr Paulo Rassi, que se ser louco ou descompensado é lutar por um sistema de saúde humanizado que trate com respeito e dignidade os que são excluídos por desenvolverem transtornos mentais , ou mesmo, níveis de dependência química comprometedores, sou mais que louco sim!

Na minha trajetória, Sr.Paulo Rassi, já orientei pais e mães a retirarem das masmorras das unidades manicomiais e dos infernos das comunidades terapêuticas em torno de 300 pessoas , e isso, claro, para quem defende interesses de empresários da industria da loucura, dissimulando com o termo "tratamento", e assentado no conforto de seus gabinetes, rodeado com o alento das bajulações e inebriado em  parafilias, afinal , o poder é orgasmo dos fracassados , sem dúvida, incomodo hoje e incomodarei sempre, pois , construí um campo de luta onde, muitas vezes, nos parecemos ser frágeis, no entanto, a fragilidade está nos que nos vêem, sendo desmascarados pelas próprias  práticas e pelos péssimos resultados.   

Sua conduta, Sr Paulo Rassi, não me surpreende em nada. Recordo-me , em um dos aniversários de Campinas, nossa Campininha das Flores, bairro secular, anexado a Goiânia, o vi gritar e ser ríspido com uma senhora de quase 90 anos, que buscava informar-se sobre os serviços oferecidos naquela data, no colégio Santa Clara. Então , daí , podemos imaginar o que pode sair de uma personalidade como a de vossa senhoria.

Quanto a sua postura arbitrária direcionando a mim, seus complexos e conflitos mal resignificados ao senhor ser questionado no grupo de trabalhos relativos à saúde do programa de Governo de Iris Rezende, posso garantir, com todas as letras, que não passará de mais um fracasso, mais um ajuntamento de letrinhas de academicistas viciados nas entranhas do poder , afinal , o construíram com discussões restritas a interesses de uma meia-duzia, e não abrangendo as realidades biopsicosociais que revelam o fracasso dos programas que aí estão , ou que foram elaborados por mentes conservadoras e confusas.

Diante de tais fatos, saio do grupo de trabalho, afastando-me, definitivamente, de uma coligação composta por alguns elementos que são a grande razão do insucesso da empreitada de Iris Rezende, a quem nutro profundo respeito, porém, não me sujeito , nem mesmo , me permito conviver com determinadas pessoas que tornam as diferenças a razão para suas arbitrariedades.

Há coisas que ouvimos desde a mais tenra infância, e sou muito dado a cultura e sabedoria popular , então , fico com essa que descreve muito bem todo o enredo:

" Quem com porcos se mistura farelo come”...  assim, que cada um fique em seus espaços, claro, alguns deveriam ocupar pocilgas.   
                     


                              Marcus Fleury é psicólogo e coordenador do Ateliê de Inteligência 

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