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sexta-feira, 17 de maio de 2013


 
 
 
 
Agradar  é exaustivo.


Quantas normas, padrões e tantos outros mecanismos que, se analisados e desconstruídos, apresentam apenas o interesse em estabelecer o controle social, sexual, econômico, cultural e político, proporcionando assim, limitação quanto à produção do pensamento, descaracterizando o ser pensante em relação ao ainda tão mal definido ser humano. Como defini-lo, se, possivelmente, não tenhamos sequer nos aproximado de nós mesmos, e, continuemos acreditando nas definições que estabelecem critérios limitantes sem sequer questioná-los, desconhecendo como quem e, por que foram formulados? 

Há no grito desesperador de uma pós-contemporaneidade sem identidade, acalentadoras sublimações, onde, o corpo torna-se a vingança daquilo que a mente não consegue elaborar, daquilo que não se pode sustentar em virtude das mais variadas formas de medo, entre elas,  de assumir aquilo que se é, aquilo que fala alto, pedindo espaço para mover-se diante da inaceitação de si mesmo e, na necessidade de fazer a si mesmo aquilo que mais necessita ser vivido.

Michel Foucault, nasceu em 1926, na França. Filho, neto e bisneto de médicos, travou, desde muito jovem, os mais intensos conflitos, e, mesmo diante daquilo que seu pai considerava inapropriado ao comportamento, lá estava ele, fazendo suas críticas àquilo que  não acreditava, porém, perseguido por si mesmo e mergulhado em sentimentos muito mais complexos que qualquer definição possa estabelecer ou dizer ter domínio. Quando demonstro 19bb7680u interesse  pela filosofia e pela história desencadeou a fúria em Paul Foucault (seu pai), que, tiranicamente, exagerava na forma em punir o filho. Michel Foucault, pouco antes de morrer, confidenciou que o pai o  obrigou a ir a um centro cirúrgico, objetivando puni-lo, para que, segundo suas próprias palavras, “se fizesse homem”. A partir daí, a vida do jovem Michel Foucault tornou-se um suplício, sendo as condenações contínuas, um ato mais profundo que o  vigiar e muito mais doloroso que o punir. Em 1948, tentou o auto-extermínio, como ele próprio define 29 anos depois em Vigiar e punir (1977): “Uma pena, para ser um suplício, deve obedecer a três critérios principais: em primeiro lugar, produzir uma certa quantidade de sofrimento que se possa, se não medir exatamente, ao menos apreciar, comparar e hierarquizar; a morte é um suplício na medida em que ela não é simplesmente privação do direito de viver, mas a ocasião e o termo final de uma graduação calculada de sofrimentos... o suplício faz parte de um ritual. É um elemento na liturgia punitiva, e que obedece a duas exigências. Em relação à vítima, ele deve ser marcante: destina-se a ou pela cicatriz que deixa no corpo, ou pela ostentação de que se acompanha, tornar infame aquele que é a vítima... E pelo lado da justiça que o impõe, o suplício deve ser ostentoso, deve ser constatado por todos, um pouco como seu triunfo”. (Vigiar e Punir,1977)

Assim, Foucault não mais se sujeitou à penosa tarefa em agradar, assumindo o que buscava viver em sua história e em seu corpo, renunciando os maestros da exclusão que, nas “suas regências”, estabelecem “os concertos” mais desconcertantes, cujas “notas” segregam a liberdade da criação, sufocando a subjetividade e furtando dos excluídos, seja por detrás dos muros, das celas ou então nos cárceres da emoção.

Foucault, passou a ser ele mesmo, interpretando sua própria história, fazendo de sua existência, não mais uma certeza, aliás, ele trabalhava na incerteza, fazendo da mesma,  sempre os próximos passos  a adentrar no campo onde muitos não se dispõem a ir, desconstruindo sempre a fragilidade estabelecida no discurso da tão razão.
 
Portanto, agradar é tão exaustivo quanto às críticas que recebemos por sermos nós mesmos. Quem seria Foucault caso houvesse se tornado aquilo que seu pai idealizou? Possivelmente, nem saberíamos que  houvesse existido . Entretanto, não se deteve em agradar e, ao morrer, em 1984, aos 57 anos, ele, o filósofo, era a expressão de maior notoriedade do pensamento, tendo sua obra, ocupado um lugar central nos movimentos que buscavam na história da exclusão, desconstruir os paradigmas quanto à loucura, a sexualidade, o sistema penal e as relações de poder.

 

 
Marcus Antonio Britto de Fleury Junior

Psicólogo e Coordenador do Ateliê de Inteligência

 

 

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Mais respeito com o Brasil... Revalida Sim !


 

                  
 

 O MEC, em 18 de março de 2011, publicou a Portaria Interministerial que instituiu o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas médicos expedidos por Universidades Estrangeiras, o Revalida.  Agora, pouco mais de dois anos, o governo brasileiro e o governo cubano, com apoio da Organização Panamericana de Saúde, resolvem mudar arbitrariamente as regras, favorecendo a 6000 médicos formados em Cuba, desrespeitando as condições estabelecidas que visam assegurar uma medicina de qualidade a todos. Bem sabemos das dificuldades quanto às políticas públicas no Brasil, entretanto, tal benesse é um caminho extremamente perigoso, afinal, será que os médicos formados na “ilha da fantasia” agregam cargas horárias e grades curriculares compatíveis as que exigem o Ministério da Educação e o Ministério da Saúde do Brasil?  Garanto que não!

Então, quais serão os critérios de escolhas desses médicos formados em Cuba para enviá-los ao Brasil? Serão enviados médicos dissidentes da ditadura civil-militar-familiar dos Castro e sua “corriola”? Quais as especialidades desses doutores? São cientistas, ou, falastrões ideológicos? Há, entre esses médicos, alguns brasileiros?  Quais os nomes e sobrenomes? Quantos desses 6000 são filiados ao único partido existente na ditadura cubana?

Essas perguntas podem ser bem tolas aos olhos dos “camaradas”, hoje, mais valorizados que tomate na feira, também podem ser interpretadas como um sentimento paranoico , ou, então, como um espasmo reacionário, ou, outro verbete desses contidos nos antigos jargões que buscam estigmatizar as pessoas para que elas não sejam ouvidas, ou, mesmo, que sejam destituídas de credibilidade. Bom, quanto a credibilidade que necessito em relação a essas pessoas, antecipadamente, afirmo na minha mais solitária e intensa maneira em ver as coisas, que, deles,  nada preciso. Aliás, necessito sim; digam-me, em quanto ficará essa conta, quanto será pago a cada um desses profissionais médicos com formação em Cuba? Receberão integralmente ou, algum valor será repassado ao governo cubano? E quanto aos impostos, como serão recolhidos em nosso país?  

Durante o XXXIV congresso de educação médica, ocorrido em Salvador, após discussões, chegou-se a um consenso quanto às regras adotadas pelas escolas de medicina do Brasil para a revalidação de diplomas, sendo elas, as seguintes:

 
 
1ª  ETAPA 1:
a) Inscrição com entrega dos documentos exigidos;
b) Análise da legitimidade dos documentos;
c) Consulta à Faculdade de origem sobre os dados pertinentes à colação de grau.


2ª  ETAPA 2:
Avaliação de equivalência de conteúdos curriculares e cargas horárias que deverão ser de no mínimo 75%.

3ª  ETAPA 3:
Prova de proeficiência na língua portuguesa.

4ª  ETAPA 4:
Prova cognitiva abrangendo as cinco grandes áreas: Clínica Médica, Clínica Cirúrgica, Pediatria - Puericultura, Ginecologia Obstetrícia e Medicina Social.

5ª  ETAPA 5:
Prova prática e oral para avaliação de habilidades, atitudes e comunicação.
Ob Obs: Cada etapa é pré-requisito para a etapa seguinte. Estas provas devem ser anuais e aplicadas na mesma época em todas as escolas médicas do país, ou seja, na segunda quinzena do mês de novembro. A nota mínima para aprovação é 7.0, ou seja, 70% de aproveitamento. Os itens que ainda não foram discutidos, como oportunidade de estágios e de novas avaliações para os candidatos reprovados, a forma de avaliação prática oral e a revalidação de diploma em especialidades ficam ainda a critério de cada escola.
*Fonte: Associação Brasileira de Educação Médica.

Bom, então, nada nesse Brasil pode ser mais acordado entre especialistas em educação, nada pode ser definido como código de ética, objetivando o melhor exercício profissional?  Sempre há um bando de pessimamente mal intencionados buscando destituir de forma arbitrária, típica das mais torpes ditaduras as regras que visam estabelecer a regulamentação com base em estudos e teses fundamentadas cientificamente. Por acaso, esse intento em salvaguardar os “camaradas”, tem alguma estrutura empírica?

É, cada dia que passa, não apenas as profissões são açoitadas pela ferocidade de um governo, mas, as instituições também estão no alvo, basta ver a tentativa em anular os poderes do ministério público, com as PEC 33 e 37. A primeira, exime do Supremo Tribunal Federal o direito e o dever em julgar outros poderes; a segunda, limita a atuação do Ministério Público em investigar e apontar crimes.
Assim, como um Estado que se coloca acima da constituição, quem dirá que nossas profissões, sejam elas quais forem, estarão salvaguardas da intromissão oficial? Os exemplos se avolumam e consolidam-se nesse mais novo golpe velado contra o Estado de Direito.

É lamentável assistir a derrocada imposta a toque- de- caixa atingindo as mais variadas instituições, e agora, caminhando em direção à sociedade civil organizada. Bom, para estabelecer o domínio e implantar convicções, o instrumento utilizado será sempre o da desconstrução, pois, assim, o controle sem contra-argumentos fortalece os interesses de um Estado que se sobrepõe sobre uma sociedade desprovida de referências e representações.

Não sou médico, porém, como psicólogo, me preocupo imensamente com a intervenção de um Estado que se apresenta livre e democrático, mas, que nas estrelinhas das relações de poder,   interfere, sem nenhum parâmetro técnico-científico, na questão já tão delicada que refere-se às nossas formações acadêmicas e atuações profissionais. Amanhã, pode ser a sua profissão, conquistada dentro dos parâmetros legais exigidos, que seja invadida pelo intervencionismo arbitrário e descaracterizada por meros interesses obscuros. Pense nisso e reaja por isso!

Marcus Fleury Junior é psicólogo e coordenador do Ateliê de Inteligência.

ateliedeinteligencia@gmail.com


                            

quinta-feira, 9 de maio de 2013


 
 


O MEC, em 18 de março de 2011, publicou a Portaria Interministerial que institui o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas médicos expedidos por Universidades Estrangeiras, o Revalida,  agora,a pouco mais de dois anos, o governo federal e o governo cubano,  com apoio da Organização Panamericana de Saúde , resolvem impor novas regras , favorecendo assim , verdadeiramente , uma jogada de interesses eleitoreiros escusos apontando a estruturação de uma possível reeleição , além de outro fatores, afinal , será que são apenas médicos ou doutrinadores ideológicos que disseminaram os princípios neo-socialistas no interior do Brasil?  
Essa pergunta tola,  aos olhos dos “camaradas” , hoje,  mais valorizados que tomate na feira, pode ser interpretada como um sentimento paranoico , afinal, quando os mesmos desejam criar suas verdades gastam fortunas para desconstruir os debates, enfraquecem as instituições e, se preciso for, se sobrepõem até a nossa constituição.

quinta-feira, 2 de maio de 2013


   A T E N Ç Ã O ... U R G E N T E 





 Usuários do serviços de saúde mental, o ambulatório psiquiátrico municipal de Goiânia, mudou de endereço. Estou postando essa mensagem em virtude dos usuários não terem avisados, causando grande tumulto aos que procuram por esse importante serviço público. Compartilhe