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sexta-feira, 19 de abril de 2013

Ações democráticas, uma lição aos levianos.


 


                     

Semana passada, meu artigo trazia o título “Ausência do Estado, o grande grupo de extermínio”. Nele, questiono a pretensão oportunista quanto a construção dos que afirmam existir, em relação aos homicídios contra pessoas em situação de rua, um grupo de extermínio, porém, o fiz de forma séria e respeitosa, estabelecendo informações colhidas nas próprias ruas, junto a moradores desse habitat, muitas vezes hostil, outras, muito mais acolhedor que muitas famílias, onde, o algoz está dentro de casa. 

As ruas tem histórias que nos conduzem a sentimentos difusos, que nos levam a compreensão de que nada pode ser tão ruim que ainda não possa piorar, principalmente, quanto às políticas públicas frágeis.

Então, foi justamente o aspecto social que questionei, sem desprezar as crenças de quem quer que seja, mesmo não acreditando nas mesmas, afinal, muitos dos senhores e senhoras sabem que há um grande intento político por detrás do interesse em federalizar os crimes cometidos contra moradores em situação de rua em Goiânia. É uma trama estrategicamente elaborada nos bastidores, que visam as eleições de 2014. Não formarei juízo de valores quanto aos que assim agem, entretanto, há os que o fazem de forma leviana, acusando quem estabelece o contraditório em estar sendo pago pelo estado para escrever artigos. Não me lembro em ter recebido nada de quem quer que seja, aliás, minha liberdade não tem preço, nem ideologias, nem partidarismo.  

Depois da publicação do artigo, onde, teço críticas tanto à inobservância dos governos federais, estaduais e municipais, quanto as frágeis políticas públicas, o prefeito Paulo Garcia, lança em Goiânia, o “Comitê Gestor das Atividades da População em Situação de Rua”, sendo um importante passo para que possam promover às pessoas que estão nessa condição, não apenas segurança, mas, principalmente, saúde e reinserção social aos que desejarem, bem como, lares albergados e toda a disponibilidade de uma rede de atenção básica.

 Não há como ser tendencioso ao tratar dos graves assuntos sociais. Não devemos colocar nossas convicções partidárias ou ideológicas acima de uma grave realidade que merece a devida atenção de todos, pois, “as pessoas em situação de rua” pouco se importam com esses detalhes, ou, com as vaidades tolas, afinal, suas vidas estão completamente desprovidas de dignidade quanto as necessidades básicas.

 Dia 16, na terça-feira, durante o seminário “O Papel do Município na Segurança Pública”, promovido pela Dra. Adriana Acorsi, secretária de defesa social, pude contemplar o governo federal, representado pela Dra. Regina Miki, secretária nacional de segurança pública, o governo de Goiás, representado pelo secretário de segurança pública do estado, Dr. Joaquim Mesquita, e o Prefeito Paulo Garcia, representando nossa capital, numa mesma mesa, sendo todos, completamente transparentes e responsáveis ao assumirem seus papéis como gestores e em seus discursos, enfatizarem a importância de ações conjuntas sem “colorações partidárias”, como bem disse Dr. Joaquim. Portanto, aproveito a oportunidade em sugerir ao Governador Marconi Perillo que, a exemplo do governo municipal, também crie um programa que vise proteger pessoas em condição de vulnerabilidade social, ou, promova a implantação do mesmo projeto a nível estadual.

Quanto ao que penso, fico extremamente feliz ao ser contestado, pois, são as diferenças que promovem os grandes atos, constituindo assim, através de vários “olhares”, o ampliar do entendimento dos graves problemas psicossociais, entretanto, bem sei que, tal posição não é o forte para os que fazem da leviandade a estrutura teórica de suas vidas, afinal, esses não passam de conhecidos oportunistas que desejam apenas seu voto e nada mais.   

 

   Marcus Fleury é psicólogo e coordenador do Ateliê de Inteligência.

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