Escolinha... E agora , o que vou fazer, qual vou escolher ?
Sei
que o momento em que temos que levar as crianças à primeira experiência escolar
envolve uma série de dúvidas, medos e preocupações, afinal, o que é mais
importante em nossas vidas, nossos filhos, passam a agregar uma nova realidade,
sendo essa, indiscutivelmente, inevitável, pois, a educação é o único caminho
que possibilitará a verdadeira libertação do ser humano frente à hostilidade
das realidades sociais. Mesmo assim, sendo cada um de nós conscientes da
responsabilidade quanto a formação de nossas crianças, nos rendemos a uma série
de situações novas, entre elas, nos deparar com uma série de “fantasmas”,
mitos e, principalmente, nossas fragilidades, muitas vezes deslocadas aos nossos
pequenos.
É perfeitamente compreensível que soframos diante
do grande dia em que nossas crianças, uniformizadas, cheirosinhas, de banho
tomado, tenham que ser deixadas na escolinha. Quantos são os pais que,
repentinamente, descobrem que seus pequenos não corresponderão às ansiedades
construídas com base no que não é delas, mas sim, dos próprios adultos?
Claro,
cada uma irá manifestar frente a esse novo momento uma reação. Muitas irão até
mesmo dizer aos pais “tchau”, outras, irão se agarrar a elas como se fossem ser
arrancadas e nunca mais devolvidas, entretanto, se nos preparamos para tantas
outras situações da vida, por que não nos estruturarmos para esse momento? É imprescindível que esse seja um momento ao
qual passemos seguranças a elas, pois, se não o fizermos, cada nova necessidade
que caminha em direção a realidade das crianças será encarada com muita
ansiedade e grande temor. É
imprescindível que manifestemos através de nossos atos sentimentos de afeto aos
nossos filhos, mas, nunca devemos confundir afeto com conflitos que
possivelmente trazemos desde as nossas infâncias, em virtude, não digo de
erros, mas, possivelmente, pouco acesso a informações que hoje circulam cada
dia em maior número, felizmente, buscando orientar pais e mães na condução
desse primeiro momento que marcará por toda vida as relações de nossos filhos,
não apenas na condução do aspecto escolar, mas, diante dos desafios inevitáveis,
próprios a cada etapa de suas histórias. Podemos transformá-las em belas ou
trágicas, isso dependerá muito de como iremos enfrentar esses momentos que não
serão poucos, apenas será um dos primeiros que exigirá uma preparação para o
enfrentamento de cada nova etapa inerente ao desenvolvimento infantil.
Quando
nos vemos diante da necessidade em inserir nossas crianças a um processo
pedagógico, não devemos fazê-lo por opção, pois, se assim o fizermos, desde
cedo estaremos construindo a ideia da educação como uma alternativa, e não como
imprescindível necessidade libertária que os formará para que possam desenvolver-se
no sentido em definirem, não apenas seus caminhos, mas, de toda a história de
uma sociedade.
Ao
tomarmos essa decisão, principalmente, em relação aos nossos pequeninos da
educação infantil e da pré-escola, é indispensável que façamos uma pesquisa bem
detalhada do que realmente estamos buscando em relação as demandas de nossas
crianças, priorizando uma escola que esteja adequada as normas que as regem,
principalmente, em primeiro lugar, se essas instituições tem registro e licença
de funcionamento junto aos órgãos responsáveis, sendo esse, um entre vários
critérios que devem ser avaliados pelos pais durante a escolha da escola para
seus filhos.
Outros
aspectos que devem ser analisados baseiam-se em questões de estrutura da
escola, como iluminação e ventilação, asseio, espaço, equipamentos de segurança
básica, banheiros adequados, fraldários, brinquedotecas com material adequado a
idade, biblioteca.
Além
disso, devemos priorizar um corpo pedagógico especializado e atualizado, além
de consultores em saúde, nutrição e psicologia, sendo imprescindível que a
escola mantenha um convênio com alguma empresa prestadora de serviços em saúde
que disponha de toda estrutura como UTI móvel.
Essas
observações são de total responsabilidade dos pais, devendo ser a eles oferecidos,
por parte da instituição, total liberdade quanto a conhecer o espaço interno da
instituição, não colocando restrição a nada.
É
necessário compreender se realmente o projeto pedagógico oferecido consta no
contrato, bem como, tudo que é oferecido pela instituição, caso contrário,
solicite a inserção dos itens, ou, então, caso seja negado, busque outra
instituição, pois, se a seu filho não for assegurado esses itens fundamentais,
ali não é o seu lugar, nem mesmo, de nenhuma outra criança.
Nessas
próximas semanas estarei me dedicando a esse tema, oferecendo aos pais e
responsáveis uma discussão quanto a aspectos fundamentais que podem garantir
qualidade, não apenas de ensino, mas, principalmente, de vida a nossas
crianças, portanto, convido-os a nos acompanhar, às segundas-feiras, aqui no
Jornal Diário da Manhã.
Marcus
Fleury Junior é psicólogo e coordenador do Ateliê de Inteligência –
ateliedeinteligencia@gmail.com
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