Mais um ano se findou, nele,
mais e mais crianças, mesmo que não observemos, desenvolveram, no período
transcorrido, conflitos emocionais que, se não conduzidos com atenção, irão,
nos anos posteriores, comprometer, não apenas os processos cognitivos, mas,
desencadear complexidades ansiogênicas que remeterão o estudante às
complexidades próprias das alterações dos processos psicológicos. Sim, é hora em tratar as feridas, não as
tornando um referencial de vida, mas, experiências que, acumuladas traduzam-se
no contexto vivencial único e desprovido de duplicidade.
Bem canta e encanta o
regionalista Almir Sater, quando em sua canção, nos faz lembrar que “cada um de
nós compõe a sua história e cada ser em si carrega o dom de ser capaz e ser
feliz...” Entretanto, há aqueles que, no decorrer de suas estradas, não
compuseram o dom de serem felizes, mas, gritam por socorro em suas visíveis
dores, medos, traumas e conflitos, ainda não socorridos.
Quantas são as crianças
que estão dessa forma? Quantas não têm a
mínima maturidade necessária para sequer resolver suas histórias e, ainda delas
são exigidas que responsabilizem-se pelas imaturidades de adultos que dizem
serem seus pais? Pais não transferem
responsabilidades aos avós, tias, madrinhas, professores, escolas, nem tampouco,
aos filhos. Todos são importantes e estruturam-se na interdependência do campo
social, cada qual, estabelecendo suas contribuições, entretanto, a grande
responsabilidade é sua, pai e mãe.
Aqui, não estamos
aferindo se são bons ou não, apenas, lembrando das tarefas e responsabilidades
que são próprias a cada um.
Então, caros pais, as
férias não são apenas para o turismo, entretanto, um bom momento para que seus
filhos consigam compreender o que lhes sucedeu no ano anterior, bem como, para que consigam se reestruturar em
relação as possíveis perdas que tiveram, prevenindo assim, que a ansiedade não
se torne um grande e difícil problema, mas algo que pode ser compreendido e
resignificado, e com isso, resgatar a qualidade de vida e eficácia diante o
desempenho daquilo que for próprio das etapas em que vivem .
É sugestivo que você
chegue próximo ao seu filho ou filha e discuta com eles quais foram as
dificuldades do ano que se passou, quais foram os melhores e os piores
momentos, se alguns deles foram desencadeados por relações com colegas ou
professores, se sentiram-se submetidos a
situações constrangedoras(Bullying); se viram-se desamparados em relação a
família e como foi isso?
Você pode e deve ajudar
seu filho em relação ao controle da ansiedade. Para isso, é necessário que
avalie se suas estratégias atuais como pais estão eficazes e, saibam sempre que,
mudar é extremamente necessário e saudável para que as relações se aprimorem e
estejam sempre prontas para novas etapas.
Nós pais, ao nos
tornarmos inflexíveis, diante de um mundo extremamente dinâmico, com profundas
e contínuas transformações, nos sujeitamos a ruptura em diversas partes,
podendo, determinados fragmentos, fazerem falta na hora em recompormos as
estruturas.
Quando valorizamos tais
atenções preventivas em relação aos filhos, concedemos condições para que eles
próprios saibam o que fazer em relação à ansiedade, pois, aprendem a pensar e
não tornam-se inseguras em relação ao que necessitam enfrentar.
Desligue a TV por um
tempo. Uma vez por semana, resgate a capacidade em sentir prazer em conversar
com sua família, com seus filhos, permitindo que eles o conheçam e, ao mesmo
tempo, você a eles.
Marcus
Antonio Britto de Fleury Junior, Psicólogo e um dos coordenadores do Ateliê de
Inteligência e do Programa preventivo e resignificativo, dirigido a crianças e
adolescentes no cotidiano escolar e familiar.
ateliedeinteligencia@gmail.com
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