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sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Não precisamos de promessas.






Nós não precisamos de promessas...



Que maravilha, a cada quatro anos, descobrimos que o paraíso está muito próximo, e que o Messias, num processo de cissiparidade, multiplicou-se em vários outros semi-deuses capazes em erradicar a fome , a miséria , a epidemia do crack, a fracassada política prisional, o péssimo modelo de  educação de nossas crianças e adolescentes , o vergonhoso e doloroso atendimento nos hospitais públicos.

“Para a nossa alegria”, eles estão à solta, buscando, dissimuladamente, conquistar o seu voto, pois, a sua confiança, certamente, será impossível, depois de tantas decepções, principalmente , em um ano tão complexo, mas,  não diferente de tantos outros; apenas mudam os atores dessa complexa trama, onde, ao final, somos nós, a sociedade, a grande comédia que fomenta a alegria de muitos canalhas que tornam-se, do dia para a noite, ou da noite para o dia, as novas autoridades que definiram a partir de compreensíveis motivos, principalmente, quando se trata em proteger interesses de grupos, ou quadrilhas especializadas, no quesito do enriquecimento ilícito com o nosso dinheiro.

Eles estão à solta, e nós, onde estamos? Bom, penso eu que não é necessário responder essa pergunta, afinal, cada um, sabe muitíssimo bem, que todos desmandos, começam, justamente, na ponta de nossos dedos ao selecionarmos nas urnas eletrônicas as faces daqueles que tornar-se-ão os algozes por mais alguns anos, e por que não, algumas décadas que arrastar-se-ão na mais completa desilusão quanto a uma grande transformação social através do exercício democrático.

Sua escolha,meu caro amigo e amiga eleitora, compromete, não apenas sua história, mas, no momento em que você a faz, está definindo a  que as próximas gerações serão submetidas, cerceadas e muitas vezes aniquiladas quanto aos direitos sociais previstos pela constituição federal, no capítulo II,  artigo 6 : “Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”

 É nosso dever observar, analisar e interpretar o discurso dos que prometem aquilo que já é um direito adquirido, afinal, os políticos não estão nos fazendo nenhum favor, mas , simplesmente, cumprindo suas obrigações, quando fazem valer nossos direitos sociais, conquistados na Carta Magna, de 1988.  

O Jogo sujo, baixo e deselegante dos que tentam manipular parte da sociedade , usando o desconhecimento das garantias constitucionais, precisa ser , através de nosso voto, banido dessas relações de poder , cujas finalidades, muitas vezes, fogem das reais necessidades sociais.







Portanto, não acredite em nenhuma promessa, mas, apegue-se e discuta programas que ressaltem o desenvolvimento sustentável, com base em estudos e planejamentos técnicos que apontem possibilidades reias, não virtuais.

Basta de virtualidade, sinceramente, já estamos mergulhados no mundo do faz de conta, onde, tudo se torna mais confortável, principalmente, quando estamos à frente de nossos computadores, e sujeitos ao perigo, usamos o recurso em desligar ou bloquear o que não estamos prontos para ouvir , ou falar, mesmo quando nada temos a dizer, mas, principalmente, a pensar.

O que queremos não pode ser a última coisa que alguém possa fazer por nós, mas, sim, a primeira a qual todos juntos podemos criar, caso nos unamos em uma grande corrente que venha resgatar valores, não esses impingidos da falsa moral conservadora, mas os que nos trarão dias melhores através de nossas exigências quanto a quem creditaremos nosso voto e confiança para fazer cumprir nossos direitos garantidos e conquistados , estando, todos eles, já previstos na Constituição Federal. Portanto, nós não precisamos de promessa, mas de atitude, coragem e dignidade.

 Marcus Fleury Junior é psicólogo e coordenador do Ateliê de Inteligência.

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