Não precisamos de promessas.
Nós
não precisamos de promessas...
Que maravilha, a cada quatro
anos, descobrimos que o paraíso está muito próximo, e que o Messias, num
processo de cissiparidade, multiplicou-se em vários outros semi-deuses capazes
em erradicar a fome , a miséria , a epidemia do crack, a fracassada política
prisional, o péssimo modelo de educação
de nossas crianças e adolescentes , o vergonhoso e doloroso atendimento nos
hospitais públicos.
“Para a nossa alegria”,
eles estão à solta, buscando, dissimuladamente, conquistar o seu voto, pois, a
sua confiança, certamente, será impossível, depois de tantas decepções,
principalmente , em um ano tão complexo, mas, não diferente de tantos outros; apenas mudam
os atores dessa complexa trama, onde, ao final, somos nós, a sociedade, a grande
comédia que fomenta a alegria de muitos canalhas que tornam-se, do dia para a
noite, ou da noite para o dia, as novas autoridades que definiram a partir de
compreensíveis motivos, principalmente, quando se trata em proteger interesses
de grupos, ou quadrilhas especializadas, no quesito do enriquecimento ilícito
com o nosso dinheiro.
Eles estão à solta, e
nós, onde estamos? Bom, penso eu que não é necessário responder essa pergunta,
afinal, cada um, sabe muitíssimo bem, que todos desmandos, começam, justamente,
na ponta de nossos dedos ao selecionarmos nas urnas eletrônicas as faces daqueles
que tornar-se-ão os algozes por mais alguns anos, e por que não, algumas
décadas que arrastar-se-ão na mais completa desilusão quanto a uma grande
transformação social através do exercício democrático.
Sua escolha,meu caro
amigo e amiga eleitora, compromete, não apenas sua história, mas, no momento em
que você a faz, está definindo a que as
próximas gerações serão submetidas, cerceadas e muitas vezes aniquiladas quanto
aos direitos sociais previstos pela constituição federal, no capítulo II, artigo 6 : “Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social,
a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma
desta Constituição”
É nosso dever observar, analisar e interpretar
o discurso dos que prometem aquilo que já é um direito adquirido, afinal, os políticos
não estão nos fazendo nenhum favor, mas , simplesmente, cumprindo suas obrigações,
quando fazem valer nossos direitos sociais, conquistados na Carta Magna, de
1988.
O Jogo sujo, baixo e
deselegante dos que tentam manipular parte da sociedade , usando o
desconhecimento das garantias constitucionais, precisa ser , através de nosso
voto, banido dessas relações de poder , cujas finalidades, muitas vezes, fogem
das reais necessidades sociais.
Portanto, não acredite
em nenhuma promessa, mas, apegue-se e discuta programas que ressaltem o desenvolvimento
sustentável, com base em estudos e planejamentos técnicos que apontem
possibilidades reias, não virtuais.
Basta de virtualidade,
sinceramente, já estamos mergulhados no mundo do faz de conta, onde, tudo se torna
mais confortável, principalmente, quando estamos à frente de nossos
computadores, e sujeitos ao perigo, usamos o recurso em desligar ou bloquear o
que não estamos prontos para ouvir , ou falar, mesmo quando nada temos a dizer,
mas, principalmente, a pensar.
O que queremos não pode
ser a última coisa que alguém possa fazer por nós, mas, sim, a primeira a qual todos
juntos podemos criar, caso nos unamos em uma grande corrente que venha resgatar
valores, não esses impingidos da falsa moral conservadora, mas os que nos
trarão dias melhores através de nossas exigências quanto a quem creditaremos
nosso voto e confiança para fazer cumprir nossos direitos garantidos e
conquistados , estando, todos eles, já previstos na Constituição Federal.
Portanto, nós não precisamos de promessa, mas de atitude, coragem e
dignidade.
Marcus Fleury Junior é psicólogo e coordenador
do Ateliê de Inteligência.
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