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sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

USURPAR,PUNIR, OPRIMIR E MATAR...







USUSRPAR, PUNIR, OPRIMIR e MATAR.


Onde se estrutura a violência e quais os fatores que a desencadeiam hoje?

Onde as mesmas encontram suporte para que tenham tamanha relevância?

Essas são perguntas simples, cujas respostas são extremamente complexas em decorrência de uma rede intrínseca, onde múltiplos fatores agregam-se constituindo, assim, a formação dos conflitos sociais com abrangentes repercussões. No Brasil, como em outros países a dor transita pelas ruas , adentra lares , transpõem fronteiras , invade nossas vidas impondo um luto sem precedente , onde lágrimas escorrem silenciosamente, expondo toda nossa fragilidade e frustrando-nos como bichinhos dotados de uma pretensa perfeição. Somos confrontados pelo que não há controle, tratando-se do falível e do fatídico, sendo esses, base da desconstrução do controle que idealizamos em um mundo que desejaríamos possuir. Mas, nesse instante, perdemos o caráter do “super-homem”ou nos aterrorizamos com nossa crueldade refletida no outro. O que no assusta não é a violência que há no outro, mas sim, aquilo que há em nós, manifesto em atitudes as quais negamos continuamente. O horror diante daquilo que somos capazes em fazer revela a face do que está latente em todos nós. A elevada perversidade, incauta na construção da fala que busca estruturar o discurso daquilo que rejeitamos, mas que atribuímos e constatamos no outro.

Somos,filogeneticamente, animais violentos diante de nossas pulsões e nem mesmo a capacidade em elaborar normas de regulação social conseguem conter o anímico que se desloca ao agregar um estado afetivo , afinal , uma emoção adquire definições estruturadas para depois serem chamadas de sentimentos.

Nos sentimentos estão agregados valores simbólicos, aos quais, cada cultura estrutura, sendo que eles perdem a singularidade estabelecida pela subjetividade, intervindo assim, no conflito em relação ao EU quanto ao ID e reforçados pelo Super-Ego, tornando-se construções onde estão implícitos valores, cujo conjunto social, com suas normas, com suas morais legitimam convenções impondo valores éticos, visando buscar uma forma em oferecer construtos definidos em convenções, tendo por referenciais parâmetros que nada mais fazem, senão, buscar uma forma em interpretar por meio do controle, com caráter punitivo as atitudes de seus semelhantes e esse ao contrariarem as convenções abalam as bases de sustentação e conforto produzindo uma cadeia de retaliações , onde estão fundamentados os interesses dos mantenedores do Estado, estando esse último, sempre à mercê daqueles que o fomentam , seja financeiramente ou mesmo dialeticamente.

O poder do Estado, na sua explicita fragilidade, fragmenta-se revelando as farsas elaboradas, sendo essas, fatores que respaldam os interesses dos poderes que o constituem, impondo sobre o outro a perda dos aspectos das semelhanças para que seja respaldada a motivação do assassínio, da violência racionalizada diante daquele “que deve desaparecer”, afinal, a presença de suas manifestações compromete uma rede de interesses, suscitando, ao mesmo tempo, desejos que estão nos recônditos secretos, vividos à margem do que é estabelecido como centro regulador de condutas e padrões que protegem uma segurança frágil, pretensiosa e tendenciosa sobre algo que surpreende ao ser manifesto, atormentando a limitada canção à “liberdade” elaborada na tentativa em definir o mundo como algo perfeito.

O Estado fundamenta a violência e, em resposta, obtém a estruturação de sua imagem refletida no desamparo, gerando outro estado.
Um é oficial, regula, normatiza estabelecendo defesas aos interesses de uma minoria privilegiada que paga valores estranhos, comuns a fundamentação da corrupção e da farsa que oferece prepotência e jactância dos discursos falidos, protegidos pela constitucionalidade do nada, afinal, nada são.

O outro estado, nada mais é, senão a projeção do Estado oficial. Apresenta-nos o seu teatro dos horrores, transformando a “liberdade” ofertada a preço de miséria social ao que está mergulhado. Ambos são “criminosos”, vendem o mesmo produto, apenas diferenciado pelos conteúdos e pelos métodos, explorando uma nação que é atropelada, arrastada pelas ruas e esquartejada pela corrupção, pela mentira e pelo assassinato. Antes, é claro, espera pelo suplicio impondo-nos as complexidades da barbárie e da crueldade.

O estado “permissivo” e tendencioso, expõe e move-se em seus próprios interesses, fundando assim, O Crime, arrastando em sua perversidade uma legião de indivíduos que identificam-s , fundando o outro estado , sendo esse o reflexo daquilo que o primeiro destina-se :USUSRPAR, PUNIR,OPRIMIR e MATAR. Isso os aproxima, gerando uma identificação entre as duas “forças” que quando deslocadas à consciência, configuram-se no que buscam: PODER.

Ambos buscam por intermédio do outro o suplicio, sendo esse, o gozo outrora recalcado pelas castrações das pulsões.

Marcus Antonio Britto de Fleury Junior

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