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quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Afogamentos em piscinas, sem dúvida, o Estado é omisso !









                                                               


                                                            
                                                               Quando temos um Estado omisso, todas outras instâncias nas relações de poder pouco se importam com a vida, principalmente, os que direcionam suas  atividades ao lucro. (Marcus Fleury)


                                         


 É assustador o índice de tragédias que acometem as crianças no Brasil, entretanto, por maiores que sejam os bolsões de pobreza , políticas públicas ineficientes em relação aos serviços de saúde e segurança, atualmente, os afogamentos são a segunda causa mortis direcionada a crianças  e adolescentes até 14 anos de idade. Por ano, segundo pesquisa realizada no ano de 2010 , segundo o Dr. David Szpilman * , ao estabelecer o índice epidemiológico de afogamentos , nos deparamos com situações  cada vez mais alarmantes. Em 2010, 6.590 brasileiros (3/4 100.000 hab) foram a óbito em virtude do afogamento.

Os ambientes são os mais diversos, entretanto, tratando-se em afogamento em piscinas os índices são de 2%, entretanto, relacionando-o a crianças de 1 a 9 anos, representam 52% de todos os casos relacionados a esse ambiente.

Em primeiro lugar, devemos resaltar o trauma psicológico que envolve as famílias vitimadas pela trágica perda de uma criança que vai a óbito por afogamento. Muitas dessas famílias, após a morte precoce de seus filhos, entram em processo de colapso por sempre considerarem dúvidas inerentes a um possível responsável pelo fato. No entanto, é necessário observar que há um conjunto de responsabilidades, mas,  diante de determinadas circunstâncias, como as que vimos em janeiro de 2014 no Brasil, e que se repete a omissão dos anos anteriores,  não nos resta a menor dúvida do papel ineficiente  do Estado como agente fiscalizador e propagador de 
políticas preventivas que visem estabelecer projetos que venham minimizar tais tragédias.

Em segundo lugar , o Brasil,nos períodos de outubro de 2010 e setembro de 2011, as internações e custos relacionados afogamentos foram de R$ 1.273.923,46 reais, segundo Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) do Ministério da Saúde.
Em terceiro, devemos considerar também , traumas cervicais , que não apresentam índices bem claros, no entanto, registros apontam em 2010, 2709 pessoas hospitalizadas, a um custo de mais de 3 milhões de reais.  Fonte: Dr. David Szpilman

O Estado quando estabelece programas preventivos permanentes, torna os ambientes não apenas mais seguros, mas também, permite-se em virtude das economias feitas, destinar a aplicação de recursos a outros setores promovendo o desenvolvimento biopsicosocial.

É necessária uma parceria entre Estado, iniciativa privada e ONGs de promoção do bem estar da criança e adolescente, para que em relação a unidades recreativas e de ensino que ofereçam a piscina como equipamento de lazer, exista uma constante fiscalização e adequação dos contextos, minimizando riscos de afogamentos e outros acidentes.




                                                                   SUGESTÕES:

1 – Exigir que as unidades recreativas ofereçam KITS de orientação e normas para o uso das piscinas entregues aos responsáveis pelas crianças.
2- Exigir a completa adequação dos ralos, colocando vários em pontos bem distribuídos das piscinas, estando todos adequados as normas da ABNT , referentes a ralos anti-sucção.
3-  Exigência de pais ou responsáveis adultos juntamente as crianças.
4- Isolamento das piscinas .
5- O filtro deve sempre estar desligado durante o uso .
6- Botão de emergência e equipamentos de primeiros socorros sempre disponíveis.
7- Exigência de profissionais devidamente formados em salvamentos aquáticos credenciados ao corpo de bombeiros nas escolas.
8 – Exigência de adequações imediatas as normas da ABNT NBR 10.339.
9- Fiscalização , controle, alvarás de funcionamento e certificados sempre atualizados.  
       

                                          Marcus Fleury é coordenador do Ateliê de inteligência e do projeto Mundo Encantado , destinado a estudos e gestão em qualidade de vida para crianças


                                              

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