Afogamentos em piscinas, sem dúvida, o Estado é omisso !
Quando temos um Estado omisso, todas outras instâncias nas relações de poder pouco se importam com a vida, principalmente, os que direcionam suas atividades ao lucro. (Marcus Fleury)
É assustador o índice
de tragédias que acometem as crianças no Brasil, entretanto, por maiores que
sejam os bolsões de pobreza , políticas públicas ineficientes em relação aos
serviços de saúde e segurança, atualmente, os afogamentos são a segunda causa
mortis direcionada a crianças e
adolescentes até 14 anos de idade. Por ano, segundo pesquisa realizada no ano
de 2010 , segundo o Dr. David Szpilman * , ao estabelecer o índice
epidemiológico de afogamentos , nos deparamos com situações cada vez mais alarmantes. Em 2010, 6.590
brasileiros (3/4 100.000 hab) foram a óbito em virtude do afogamento.
Os ambientes são os
mais diversos, entretanto, tratando-se em afogamento em piscinas os índices são
de 2%, entretanto, relacionando-o a crianças de 1 a 9 anos, representam 52% de
todos os casos relacionados a esse ambiente.
Em primeiro lugar, devemos resaltar o trauma psicológico que
envolve as famílias vitimadas pela trágica perda de uma criança que vai a óbito
por afogamento. Muitas dessas famílias, após a morte precoce de seus filhos,
entram em processo de colapso por sempre considerarem dúvidas inerentes a um
possível responsável pelo fato. No entanto, é necessário observar que há um
conjunto de responsabilidades, mas,
diante de determinadas circunstâncias, como as que vimos em janeiro de
2014 no Brasil, e que se repete a omissão dos anos anteriores, não nos resta a menor dúvida do papel
ineficiente do Estado como agente
fiscalizador e propagador de
políticas preventivas que visem estabelecer
projetos que venham minimizar tais tragédias.
Em segundo lugar , o Brasil,nos períodos de outubro de 2010 e
setembro de 2011, as internações e custos relacionados afogamentos foram de R$ 1.273.923,46
reais, segundo Sistema de Informações Hospitalares do SUS (SIH/SUS) do
Ministério da Saúde.
Em terceiro, devemos considerar também , traumas cervicais ,
que não apresentam índices bem claros, no entanto, registros apontam em 2010,
2709 pessoas hospitalizadas, a um custo de mais de 3 milhões de reais. Fonte: Dr. David Szpilman
O Estado quando estabelece programas preventivos permanentes,
torna os ambientes não apenas mais seguros, mas também, permite-se em virtude
das economias feitas, destinar a aplicação de recursos a outros setores
promovendo o desenvolvimento biopsicosocial.
É necessária uma parceria entre Estado, iniciativa privada e ONGs
de promoção do bem estar da criança e adolescente, para que em relação a
unidades recreativas e de ensino que ofereçam a piscina como equipamento de
lazer, exista uma constante fiscalização e adequação dos contextos, minimizando
riscos de afogamentos e outros acidentes.
SUGESTÕES:
1 – Exigir que as unidades recreativas ofereçam KITS de orientação
e normas para o uso das piscinas entregues aos responsáveis pelas crianças.
2- Exigir a completa adequação dos ralos, colocando vários em
pontos bem distribuídos das piscinas, estando todos adequados as normas da ABNT
, referentes a ralos anti-sucção.
3- Exigência de pais
ou responsáveis adultos juntamente as crianças.
4- Isolamento das piscinas .
5- O filtro deve sempre estar desligado durante o uso .
6- Botão de emergência e equipamentos de primeiros socorros
sempre disponíveis.
7- Exigência de profissionais devidamente formados em
salvamentos aquáticos credenciados ao corpo de bombeiros nas escolas.
8 – Exigência de adequações imediatas as normas da ABNT NBR
10.339.
9- Fiscalização , controle, alvarás de funcionamento e
certificados sempre atualizados.
Marcus Fleury é coordenador do Ateliê de inteligência e do projeto Mundo Encantado , destinado a estudos e gestão em qualidade de vida para crianças .
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