Se o amor falhou...
Se
o amor falhou, não se preocupe... Você
pode tentar sempre mais vez!
Será que o amor falha? Uma maravilhosa pergunta que
somente quem o vive, ou um dia o viveu, poderá
responder, afinal, como seria se as certezas fossem tão reais? Elas, as
certezas, representam os mais variados
aspectos que envolvem e formam o contexto de uma relação, pois, as mesmas, vão
se definindo a partir daquilo que somos e do que acreditamos precisar.
O amor não é uma proposta cartesiana, não é uma regra
matemática; aliás, regras, no contexto do amor, colocam-no, na maior parte das
vezes, a distanciar-se das finalidades dos sentimentos, furtando e
empobrecendo as emoções que constituem-se na parte gostosa do que nos motiva a
querer sempre mais, mais, mais e mais.
É aí que está o prenuncio dos fracassos afetivos. Quando
queremos mais, mais, mais e muito mais, sem sequer estarmos preparados para o
pouco que lentamente, num processo natural e saudavel, deveria se transformar
no todo de uma relação.
Então, diante de nossas pressas, e da nossa fúria
compulsiva, impomos ao outro a obrigação duma responsabilidade que nos é
pessoal, exigindo que seja o complemento
do que não somos, ou, daquilo que não proporcionamos a nós mesmos. Está cada vez mais evidente que ninguém pode
ou está afim de ser responsabilizado pelas buscas de quem quer que seja; se
assim o fizermos, sacrificamos as
possibilidades em vivermos a grandiosidade dos sentimentos e emoções.
Quantas vezes somos os homicidas das melhores partes de
nós mesmos? Sim, somos nós os responsáveis pelo que investimos, ou, por aquiilo
que deixamos de investir. Então, cada um é o único responsável pela relação a
qual vive. Não adianta, por pior que
esteja a convivência, ficar apontando em uma direção, afinal, se nos permitirmos
viver o que é bom, fizemos uma escolha; se permitimos viver o que é péssimo,
também a fizemos.
A responsabilidade é pessoal, intransferível e exclusiva,
não permitindo a anulação do outro, nem mesmo, o horrível questionamento, ou,
as chatíssimas sentenças acusatórias. Não dá para sustentar culpabilidade,
quando, na realidade, a fragilidade está no contexto das relações. A relação,
essa sim, é doente e, consequentemente, adoece a todos que dela participam, ou,
se aproximam, tornando-se uma violência contras as identidades, as culturas
e às estruturas de personalidade.
As relações transformam-se a partir daquilo que
investimos, então, se agregamos exigências não satisfeitas em nós, imporemos ao
outro a exigência em sermos gratificados com aquilo que nos é uma exigência
para o que denominamos de amor.
O amor refuta quaisquer
formas de cobranças, aliás, se cobramos, já estamos próximos da pior
forma de convivência, pois, a suavidade dos melhores sentimentos não sustenta o
peso de nenhuma cobrança.
Algum dia, ao término de um determinado relacionamento,
você saiu “tateando” a vida, procurando
encontrar a si mesmo? Encontrou-se, ou, ainda sente-se como quem perdeu algo
muito importante? Uma peça que faz mover todas as outras para que dê movimento aos
sentimentos, como se os mesmos fossem máquinas, ou, então, resultados de
algumas dessas fórmulas ou receitas prontas?
Então, o que estará faltando? Aliás, onde, e em que parte
da existência algum dia você se abandonou? Quais foram os motivos que o levaram
a distanciar-se de si? A desesperança que tem em si mesmo, mas, que atribui
sempre a alguém?
As relações, quando mais rígidas, ao romperem-se, partem-se
em milhares de fragmentos, e, com os estilhaços, deixam feridas que sangram,
levando-nos, diante de nossas fragilidades, à mais profunda confusão dos
sentimentos. Aí confundimos nossas dores
com ódio, então, sofremos, e para justificarmos nossas ausências, nossas
responsabilidades sempre buscando um culpado para o que é pessoal e
intransferível.
Se estruturamos nosso amor em bases flexíveis, por mais
que emborque e pareça não suportar o peso das pressões, voltará ao estado de repouso de forma forte, mantendo a importância dos sentimentos, mesmo em meio a milhares de
transformações. O amor requer flexibilidade, lembre-se disso.
O amor não é um sentimento totalitário. Ele precisa da
presença, da proximidade e do convívio com outras pessoas, afinal, caso
venhamos a exigir que se torne uma ilha isolada, nos privamos do direito em
vivê-lo, tornando-o, apenas uma estada num resort de decepções e sofrimentos.
Marcus
Antonio Britto de Fleury Junior é Psicólogo
Postado por Marcus Fleury às 04:53
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