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sábado, 23 de julho de 2011

Os sonhos não se rendem aos senhores do nada.



Diante do roteiro do filme “Freud Além da Alma”, escrito por Jean Paul Sartre, sendo esse, uma das maiores expressões do existencialismo, corrente essa que contrapõe a psicanálise, observamos a imensa capacidade que somente pensadores comprometidos, não com seus interesses, mas, com a humanidade, permitindo assim, que a mesma não se limite apenas a um viés doutrinário, filosófico, científico ou recheado de outras tantas “asneiras privadas”, cujas embalagens denominadas de “ética”, muitas vezes, saqueiam em suas estruturações elaboradas nos fundo de pequenos gabinetes de conselhos (coorporativos), as necessidades bio-psico-sociais, obliterando o acesso aos mais novos recursos e descobertas que, sabemos muito bem, comprometem o faturamento de grandes monopólios, tanto de medicações quanto daqueles que interferem na saúde pública mantendo a industria da doença em alta.

Freud, diante do conluio do Circulo Científico de Viena, esse, influenciado pelo todo poderoso à época, Dr. Theodor Meynert, foi completamente rechaçado ao falar da sexualidade infantil, apresentando a teoria do complexo de Édipo. Suas pesquisas sobre histeria foram completamente desprezadas pelo então Professor Meynert, sendo esse, capaz em tom de ameaças veladas falar que Freud não despertasse “o que era o mais oculto do ser humano, aquilo que vivia nas sombras.” O “todo poderoso” do Hospital Geral de Viena, apressava-se sempre em ridicularizar, excluir e perseguir, demitindo Freud, que, na época, descrevia a histeria como presente não apenas às mulheres, sendo tais comportamentos histéricos, para a psiquiatria ortodoxa, um grande absurdo, “uma leviandade”, afinal, eles viam a histeria como uma manifestação de fingimento das mulheres.

Freud, em toda sua dificuldade, assim como os grandes nomes do pensamento e das ciências, não rendeu-se aos senhores do nada, afinal, compreendia que o pouco que faziam de suas idéias e pesquisas, nada mais eram, senão, as noites que por diversos motivos, sendo esses, aparentemente descritos pelo discurso frágil da razão que se desconstruído revelaria outros tantos motivos. Então, deu continuidade aos seus estudos valorizando seus sonhos e considerando-os muito maiores que o pequeno aparente mundo dos pretensos “todos poderosos” que, aliados aos invejosos, pequenos e limitados senhores, encontram abrigo para que possam ancorar seus mais profundos motivos quanto ao desenvolvimento de novas teorias e técnicas.

Meynert, em sua fase final, quando estava para morrer, chamou Freud e disse ter um caso clínico para ele. Freud perguntou-lhe quem era e como resposta obteve: “EU”! Completando disse: “Temi que você nos traísse e fiz tudo para desacreditá-lo. Minha vida foi uma farsa e usei mal meu talento. Escondi a verdade de mim mesmo, suprimi meu Eu verdadeiro; resultado: estou morrendo num estado de orgulho e ignorância. Não sei quem sou. Fui outro produto do orgulho. Quebre o silêncio! Faça o que propôs fazer! Vá, nos traia! Precisamos de um traidor! Vá ao coração da escuridão. Expulse o Dragão, senão faço um pacto com o diabo. Quão esplendido acender sua tocha nas chamas do inferno! Adeus”. Essas foram as últimas palavras de Meynert a Freud.

A psicanálise aí está consolidada com sua teoria, com sua história e com suas contribuições a mais de 150 anos, entretanto, se Freud houvesse aberto mão de suas pesquisas, seus estudos e seus sonhos, o Professor Meynert, o “todo poderoso” do Círculo Científico de Viena, teria conseguido encerrar, juntamente com seus seguidores, pequenos senhores do nada, aquilo que internamente o fazia “encontrar-se com seus demônios, entretanto, sem recursos para acender suas tochas e contemplar sua escuridão”.

Essa semana, mais uma vez, em letras garrafais, pudemos ler a vergonha estampada nas decisões em manter Dr. Áureo Ludovico distante da técnica do Freio-neuro-endócrino; teoria que traz alívio e qualidade de vida para milhares de pessoas e um verdadeiro tormento para as indústrias que fabricam insulina. Além disso, por detrás de tão intensa perseguição, nada mais resta pensar quais os interesses dos senhores detentores da indústria da doença, afinal, assim como Meynert, mobilizam-se utilizando de todos e mais escusos recursos possíveis para interferir naquilo que não apenas não enxergam, entretanto, no que desejam manter para que não sejam descobertos nas intencionalidades encobertas pelo discurso de salvadores da existência e pretensos baluartes da ética.

Assim como Freud e tantos outros grandes nomes que lutaram contra os reacionários de plantão, cujas convicções estão mais em cifras que no contexto teórico, Dr. Áureo Ludovico cada dia mais ganha notoriedade, não apenas da comunidade científica, mas, principalmente, das pessoas que fazem da internet a plataforma para apresentar resultados expostos em qualidade de vida e novas expectativas diante da escuridão, sofrimento e dependência na qual vivem. Portanto, acredito nos sonhos, afinal, todos eles fizeram de seus ideais os grandes motivos para celebrarmos a vitória da persistência sob o tempo limitado da hipocrisia e da farsa.

Filme indicado: “Freud, além da Alma”.
Vídeos Indicados: Dr. Thomaz Szasz (youtube)
Marcus Antonio Britto de Fleury Junior
Psicólogo e coordenador do programa de prevenção a depressão e do Grupo de estudos Michel Foucault do Ateliê de Inteligência

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