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domingo, 30 de novembro de 2008

Onde estão teus filhos , cidade de Goiás.





Onde estão teus filhos, grande dama do silêncio?

Será que calados pelas promessas que não se cumpriram, ou pelo descaso da inveja de teu esplendor?

Onde estão os teus filhos, grande dama do silêncio?
Será que fugindo das nobres histórias da “rua da lama”, onde renegam que, um dia, por lá passaram em juras de alguma coisa qualquer?

Onde estão teus filhos, grande dama? Será que no silêncio das vozes que se venderam por tão pouco , achando que era muito, sendo o nada que restou veneno para tua história?

Onde estão teus filhos,grande dama? Na destruição pouco explicada de Maria Louca ao enviar para teus nativos as roupas da peste negra da Europa?

É grande dama, teus filhos estão entorpecidos pela ausência que perde a voz em meio as tão poucas palavras, sendo essas, que ecoam no ouro dourado roubado de suas Serras Douradas?

Onde estão teus filhos que renunciam a tua história em troca do nada, sendo o nada, o extrato do tudo que guardas nos becos os poetas das noites, ou então,do jornal Antenas, que ao se levantar a teu favor, que pariu a todos nós, tombou
por uma balad esferida por quem nada tinha de ti.

Onde estão os teus filhos ,literata, assentados nas cadeiras do narcisismo, calados e embalados pelos sonhos de morfeu?

Onde é que estão os teus filhos, estão eles com Aninha da ponte, chorando os vários lutos que só ela teve coragem de contar?

Onde estão teus filhos que, na extrema euforia,da mais profunda análise, cantava, as renúncias dos atormentados na “panela de pressão”?

Onde estão seus filhos que,em fordinhos 1929,perseguiam o caudilho Pedro Ludovico até Itaberaí, vendo-o fugir como cão que corre atrás das borrachas que tentaram apagar a história?

Onde estão teus filhos que se silenciaram-se diante da pobre educação imposta pelos doentes do sistema, roubando de ti o Lyceu e as faculdades que abrigavam não apenas o erudito, mas , a capacidade em transpor o mundo na voz de sua cultura?

Onde estão teus filhos, grande dama usurpada, será que detrás dos fragmentos das pedras que deixaram um vazio na geomorfologia que desafiava a gravidade e os fundamentos que sustentam os palermas em seus palácios?

Onde estão teus filhos que renunciam a casa de Bartolomeu Bueno, esse, que a fez dama, e em sua trajetória de valente foi execrado pelo imperador, obrigado abandona-la?

Onde estão teus filhos que calaram-se diante a neurose histérica e narcísica da Antolina, essa que roubou o andor das mãos daquele que por muitos anos o carregou na procissão do fogaréu?

Onde estão as tuas vozes, filhos da dama que geme por entras as pedras, entoando as feridas históricas de nossos afro-descendentes, sefaraditas e nativos?

Ó dama que vestida de púrpura se encantou com o que viu, esquecendo-se que o encantamento é o prenuncio da auto – renúncia, estando prestes a ser despida,apresentada como a usurpada, que beneficia a “cafetões” através de sua beleza.

A vejo caída pelos becos faminta e desprezada... Aqueles que a usurpam, prosseguem na farsa para que possam se beneficiar em “Lince ou em Lisboa” da tua honra que está prestes a vestir-se de pano de saco,bem como,de seu título, que nada mais é, senão, aquilo que aos poucos vem sendo de retirado de ti e investido nas honrarias das aclamações vazias que, aos poucos, vai se rendendo ao conluio da mais intensa patifaria.

Marcus Antonio Britto de Fleury Junior

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