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sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Crianças agredidas sinalizam.




Os grandes homens e mulheres do amanhã somente existirão se nos tornarmos no hoje, aquilo que idealizamos no agora. Portanto, é necessário que destituamos do tempo a condição que muitos enfatizam como elemento responsável em curar e eliminar traumas. O tempo não cura nada,ao contrário,se nele nada for feito, amplia a dor, aprofunda o adoecer e apresenta as severas conseqüências, sendo elas, traduzidas das mais variadas formas.

As crianças agredidas sinalizam o que passam,seja em casa ou na escola, possibilitando-nos observar que algo está trazendo um intenso sofrimento. Assim, é importante que os pais tornem-se observadores e analisem seus filhos, gerando relações de segurança que somente o vínculo familiar saudável é capaz de proporcionar,pois esse o grande aliado na formação de adolescentes e adultos .
Quando perdemos as crianças do foco pelo qual necessitam serem vistas,estabelecemos uma das formas de violência que desencadeará todas as outras, a negligência. Essa é o grande portal por onde as mais variadas formas de violência adentrarão nas vidas de nossas crianças.

Negligenciar é um termo muito amplo que abrange a falta de assistência ao desenvolvimento físico e psicológico, transferindo a outras pessoas ou a própria criança a responsabilidade pelas bases psicoafetivas e biológicas inerentes à família.

Claro, na atualidade todos estamos imersos ao trabalho e a extenuantes rotinas que, por muitas vezes, nos impede em fazermos o melhor,entretanto, essa idealização de perfeição está muito distante do desejo das crianças quanto aos cuidados e atenção necessárias. Elas não querem o melhor que nós adultos imaginamos, tal valor, para elas, se dá pelo fato em estarmos próximos participando a nível de qualidade e não quantidade. Elas desejam sempre que a cada contato acrescentemos algo de nós para suas vidas,tornando-as capazes diante das exigências da existência e do mundo de hoje, aptas ao enfrentamento de novas situações e experiências, portanto, de nada vele enche-las de presentes,guloseimas modernas e esses infernais fast- foods.Nada irá saciar o desejo e a necessidade da família, mesmo que essa tenha diferentes configurações, tão próprias aos dias de hoje, como no caso, pais separados. Isso para a criança pouco importa, o que ela mais deseja é poder participar da vida dos pais e não assumir decisões por eles, portanto, se são casados ou não, isso é apenas um detalhe para elas.

Quando estivermos próximos a nossos filhos devemos avaliá-los , considerando que suas alterações tornam-se uma forma em gritar por socorro, em pedir que as ajudemos diante do que eles possam estar sofrendo. Então, vale observá-los por inteiro, avaliando alterações de comportamentos que se apresentem como sinalizadores.
- Choro intenso ao aproximar-se de determinados horários , locais ou presença de determinadas pessoas.

- Isolamento emocional e social.

-Alteração dos horários de alimentar-se ou dormir

-Enurese noturna (fazer xixi na cama) depois de ter estabelecido controles sobre a micção.

-Encoprese(fazer coco na roupa)

- Rejeição a determinados nomes de pessoas, fotografias que possam estar.

- Agressividade ou extrema passividade em relação a outras crianças.

- Déficit de atenção e concentração

- Hiperatividade


Marcus Antonio Britto de Fleury Junior é psicólogo e Coordenador do Programa de Prevenção a Depressão e do Grupo de estudos Michel Foucault do Ateliê de Inteligência.
ateliedeinteligencia@gmail.com



. O mau trato emocional é mais sutil do que o mau trato físico e seus efeitos podem ser mais difíceis de definir com exatidão (PAPALIA; OLDS, 2000).

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