.

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Eleição é algo muito sério: Pensem nisso.

Matem a sensatez, destituam a capacidade crítica do ser humano, transforme-o no agente multiplicador de desígnios que não são relacionados com as necessidades sociais, atrele as propostas que encobrem o horror e a ignomínia estruturada às portas fechadas por homenzinhos cheios de ódio e mágoa; então, destruam as virtudes, banalizem e demonizem o ser humano, tornando-o, aos olhos de seu próximo, o grande motivo para que possa agregar uma série de valores forjados pela falsa moral, cujo objetivo, não passa de formar opiniões destorcidas e gerar fatos, parindo dessa relação sórdida, a manipulação sobre as massas, tornando-a cega, surda e incapaz de emitir uma só palavra de descontentamento, pois, caso o faça, poderá ser perseguido violentamente, com métodos sutis, porém, elevadamente cruéis e tiranos, maculando a dignidade pessoal e ferindo profundamente as estruturas psíquicas.

Criem as verdades que necessitam, repetindo mil vezes, um mesmo discurso, até que o implante nas mentes humanas como o caminho que os conduz a esses podres palácios, cujas paredes, encobrem-se da vergonha e o piso os fazem caminhar sobre os seus próprios charcos de lama.

Apresentem-se acima do bem e mal, vistam-se de semi-deuses e sejam os melhores atores, afinal, nem mesmo Hollywood, com seus padrões de qualidade cênica, poderá jamais contar com o nível teatral e cinematográfico composto pela desfaçatez e pelo cinismo explícito nas entrelinhas das suas falas, cujos conteúdos são distorcidos e arquitetados no sentido em levá-los aos objetivos que pleiteiam, considerando nossas necessidades o elo entre a miséria social e o glamour.

Desconsiderem as perguntas dos eleitores, afinal, respondê-las poderá frustrar os planos em ocupar uma cadeira no senado, na câmara ou em qualquer outra dessas coisas, repletas de detratores das necessidades psicossociais.

Não exponha, como tem feito um candidato ao senado por Goiás, quando questionado em relação as suas posições em relação ao projeto que prevê instituir o Ato Médico, cujos prejudicados, somam mais de quatro milhões de profissionais (Fonoaudiólogos, nutricionistas, psicólogos, enfermeiros, terapeutas ocupacionais, fisioterapeutas e outras tantas categorias), favorecendo apenas uma categoria.
Encha nossas credibilidades com respostas evasivas, do tipo “estamos estudando com as categorias interessadas”, sendo que, os conselhos, nem mesmo os membros sequer se lembram de tê-los visto em alguma assembléia ou reunião, nem mesmo, há em suas atas algo que possa confirmar qualquer forma de presença.

É, talvez seja muito feio, démodé e tenha caído em desuso a capacidade em assumir posições, principalmente, quando as mesmas contenham contextos polêmicos, porém, de interesse social. Penso que não responder a dúvidas de eleitores quanto a posicionamentos relacionados à saúde pública deveria ser um grande motivo para o TRE impugnar a candidatura, afinal, ser ficha limpa é também esclarecer aos eleitores o que pensa diante daquilo que nós votantes temos dúvidas e até mesmo grandes temores, afinal, por um período estaremos colocando parte de nossos destinos nas mãos dos senhores e as mesmas devem estar abertas, pronta para amparar as vicissitudes sociais e não prontas para esbofetear a Pátria e o Estado.

Tenho sido insistente nesse tema e continuarei, até mesmo, diante de telefonemas suspeitos de chamadas não identificadas, mandando-me calar a boca. Não tenho motivos para silenciar-me, principalmente por ser profissional liberal, articulista, pesquisador e um livre pensador que atua pela reestruturação e transformação das políticas de saúde mental, sabendo sempre que o segredo do sucesso não tem uma fórmula precisa, mas, compreendendo que o do fracasso é agradar todas as pessoas.

“De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto.” (Rui Barbosa)

Marcus Antonio Britto de Fleury Junior é psicólogo, coordenador do Programa de Prevenção a Depressão e do Grupo de Estudos Michel Foucault, do Ateliê de Inteligência. ateliedeinteligencia@gmail.com

0 Comentários:

Postar um comentário

<< Home