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quinta-feira, 18 de julho de 2013

 
 
 
 

sábado, 6 de julho de 2013

O que está acontecendo com nossos adolescentes ?


                   
 
         
      O que está acontecendo com nossos adolescentes?

Diante do entusiasmo de um país onde o consumismo é a referência de crescimento econômico, deparamo-nos com as mais severas incongruências, entre elas, figura o fato em termos hoje, crianças e adolescentes que colocam fim às suas vidas de maneira trágica, deixando não apenas um rastro de dor, mas, principalmente, um grande recado a todos, digo todos, sem culpar, ou mesmo, isentar a quem quer que seja quanto a necessidade de políticas que visem avaliar com seriedade, sem demagogias, a condição de saúde mental de nossas crianças e adolescentes.

Nossas crianças e adolescentes estão morrendo por suas dores internas, suas angústias não atendidas, suas depressões negligenciadas, e nós, o que temos feito?  Nada!

Não me venham com esses discursos repletos de tolices para tentar encobertar a tragicidade que se abate sobre o encerrar de vidas tão preciosas precocemente, nem mesmo me venham falar em programas de enfrentamento a isso, ou aquilo. Muitos dos senhores e senhoras verborrágicos (as), não passam de grandes malandros oficiais, cuja irresponsabilidade com as vidas encerra-se diante dos interesses de outros tantos malandros privados que os saciam de dinheiro com grandes esquemas, nos quais, o ser humano, para eles, é apenas um caminho para que possam se tornar muito mais ricos em uma sociedade cada dia mais adoecida, empobrecida e com crescentes números de suicídio na infância e adolescência.    

Estou, há vários anos, alertando sobre a necessidade de programas preventivos e resignificativos em saúde mental nas escolas, objetivando, não apenas, preparar nossas crianças e adolescentes quanto ao conhecimento do mundo em que vivem, mas, principalmente, em relação ao mundo que são. Assim,  poderiam repensar suas vidas, não encerrando-as precocemente.

Quantos são os sonhos  enterrados que poderiam mudar a historia de um povo, de uma pátria, do mundo em que vivemos, ou mesmo, de suas próprias existências, tornando-as um oásis que em pleno deserto de dores e angústias, construindo um refrigério de fontes vivas que alegram e fazem florescer. Entretanto, quantas vezes fui a várias escolas e órgãos públicos , e pasmes os senhores e senhoras , ouvi de proprietários e gestores que esse foco não era prioridade , ou então, para piorar, que “cabe a  família tal responsabilidade”.  Não, cabe a todos, a cada um de nós, a responsabilidade em criar condições favoráveis à perpetuação da vida, principalmente, em relação as nossas crianças e adolescentes, cujo processo de desenvolvimento encontra-se em construção.

Tenho, a partir do trabalho que desempenho, quase que solitariamente, por meio de meus artigos publicados pelo Diário da Manhã, semeado  ideias quanto a necessidade da implantação de programas preventivos e resignificativo em saúde mental no ensino fundamental, fundamentados em técnicas que  nos levem a conhecer os alunos em suas complexidades, tanto pedagógicas, quanto psicológicas , trabalhando os processos psicoafetivos de nossas crianças e adolescentes, para que assim possamos assegurá-las uma existência com direito a uma existência plena, conhecendo suas lágrimas, suas feridas, seus medos,  o impacto de suas perdas e também o regozijo de suas conquistas.
Assim, vou semeando um pouco de esperança e amor nessa trajetória, até mesmo dos que me tem por inimigo, afinal, até em seus jardins posso ver florescer o investimento de minhas lutas.

Mas há uma vasto caminho a ser percorrido , e cada manhã, em que meu D-US me permite abrir os olhos e compreender que há muito a ser ercorrido, afinal os relatos são gravíssimos.


No Brasil, em 20 anos, o número de mortes por suicídio cresceu 1900% entre adolescentes entre 15 a 24 anos.

Por ano, temos mais de 1 milhão de suicídios, sendo que esse numero, segundo estimativas da Organização Mundial de saúde, crescerá a ponto em 2020, daqui 8 anos, termos 1milhão e 500 mil suicídios. E aí, o que será feito para que possamos minimizar tais expectativas? Quais são as escolas que adotam programas preventivos em saúde mental no ensino fundamental?

O suicídio não é uma atitude súbita, mas, sutilmente anunciada por diversas mudanças de comportamentos, até mesmo, muitas vezes, verbalizada.  Portanto, aquele que anuncia que irá cometer tal ato poderá fazê-lo se não houver intervenção dos pais, escolas, Governos e profissionais em saúde mental.

No livro, Que educação estamos construindo, que possibilidades estamos produzindo? , faço uma crítica ao modelo educacional, mas , contudo, apresento um programa constituído de três etapas, sendo elas, as avaliações de cada aluno da instituição com  devolutiva aos pais, orientando-os a lidar com seus filhos , bem como, os cuidados necessários ; a orientação às escolas , visando não apenas os processos de aprendizagem , mas , estabelecendo o respeito a cada criança e adolescente quanto aos processos tanto cognitivos e, principalmente , o desenvolvimento psicoafetivo;  implantação de oficinas de criatividade onde serão trabalhadas, dentro das escolas, aspectos relacionados a percepção social . famlia, adolescência, família,identidade, inteligências, vida afetiva, sexualidade, identidade , violência e outros...

Portanto, quanto ao que está acontecendo, deveríamos nos perguntar o que tem sido feito, afinal, se não mudarmos nosso conceito sobre educação e nossa postura em relação aos processos de desenvolvimento, seremos sim, cúmplices de cada dor que ceifa precocemente as vidas de nossas crianças e adolescentes.

Marcus Antonio Britto de Fleury Junior, Psicólogo e um dos coordenadores do Ateliê de Inteligência e do Programa preventivo e resignificativo, dirigido a crianças e adolescentes no cotidiano escolar e familiar.

ateliedeinteligencia@gmail.com