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segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O que está acontecendo com nossas crianças e nossos adolescentes?






Diante do entusiasmo de um país onde, o consumismo é a referência de crescimento econômico, deparamo-nos com as mais severas incongruências, entre elas, figura o fato em termos hoje, crianças e adolescentes que colocam fim às suas vidas de maneira trágica, deixando, não apenas um rastro de dor, mas, principalmente, um grande recado a todos, digo todos, sem culpar, ou mesmo, isentar a quem quer que seja quanto a necessidade de políticas que visem avaliar com seriedade, sem demagogias, a condição de saúde mental de nossas crianças e adolescentes.

Nossas crianças e adolescentes estão morrendo por suas dores internas, suas angústias não atendidas, suas depressões negligenciadas, e nós, o que temos feito?  Nada!

Não me venham com esses discursos repletos de tolices para tentar encobertar a tragicidade que se abate sobre o encerrar de vidas tão preciosas precocemente, nem mesmo me venham falar em programas de enfrentamento a isso, ou aquilo. Muitos dos senhores e senhoras verborrágicos (as), não passam de grandes malandros oficiais, cuja irresponsabilidade com as vidas, encerra-se diante dos interesses de outros tantos malandros privados que os saciam de dinheiro com grandes esquemas, nos quais, o ser humano, para eles, é apenas um caminho para que possam se tornar muito mais ricos em uma sociedade cada dia mais adoecida, empobrecida e com crescentes números de suicídio na infância e adolescência.    

Estou, há vários anos, alertando sobre a necessidade de programas preventivos e resignificativos em saúde mental nas escolas, objetivando, não apenas, preparar nossas crianças e adolescentes quanto ao conhecimento do mundo em que vivem, mas, principalmente, em relação ao mundo que são. Assim, poderiam repensar suas vidas, não as encerrando precocemente.

Quantos são os sonhos enterrados que poderiam mudar a historia de um povo, de uma pátria, do mundo em que vivemos, ou mesmo, de suas próprias existências, tornando-as um oásis que, em pleno deserto de dores e angústias, constroem um refrigério de fontes vivas que alegram e fazem florescer. Entretanto, quantas vezes fui a várias escolas e órgãos públicos, e pasmem, ouvi de proprietários e gestores que esse foco não era prioridade, ou então, para piorar, que “cabe a  família tal responsabilidade”.  Não! Cabe a cada um de nós a responsabilidade em criar condições favoráveis à perpetuação da vida, principalmente, em relação as nossas crianças e adolescentes, cujo processo de desenvolvimento encontra-se em construção.

Tenho, a partir do trabalho que desempenho quase que solitariamente, por meio de meus artigos publicados pelo Diário da Manhã, do Jornal O Rebate (Macaé – RJ), pelo livro recém–lançado “Que educação estamos construindo, que possibilidades estamos produzindo?”, pelo apoio da Escola Internacional de Goiânia, na pessoa de seu Diretor, Dr. Fernando Rassi, semeado idéias quanto a necessidade da implantação de programas preventivos e resignificativos em saúde mental no ensino fundamental. Programas fundamentados em técnicas que nos levem a conhecer os alunos em suas complexidades, tanto pedagógicas, quanto psicológicas, trabalhando os processos psicoafetivos de nossas crianças e adolescentes, para que, assim, possamos assegurá-las o direito a uma existência plena, conhecendo suas lágrimas, suas feridas, seus medos, o impacto de suas perdas e também o regozijo de suas conquistas.

Assim, vou semeando um pouco de esperança e amor nessa trajetória, até mesmo, dos que me tem por inimigo, afinal, até em seus jardins posso ver florescer o investimento de minhas lutas.

Mas há um vasto caminho a ser percorrido, afinal, os relatos são gravíssimos. Na Bahia, no mês de agosto, um jovem, após discutir com sua namorada durante uma festa em um sítio, disse que atiraria o carro em uma carreta. Pronto, o fez, e ainda causou a morte de mais cinco adolescentes que estavam de carona. Em setembro, um aluno morre ao cair do quinto andar de uma escola no Rio de Janeiro. Em Goiânia, uma adolescente de 12 anos, salta do décimo andar de um prédio em uma clínica em Goiânia. Em 2011, um jovem com histórico de Bulling, adentra uma escola em Realengo e mata 12 alunos. Em setembro de 2011, um aluno de 10 anos, após abrir fogo contra sua professora, suicida-se em frente a seus colegas, em São Paulo.

No Brasil, em 20 anos, o número de mortes por suicídio cresceu 1900% entre adolescentes entre 15 a 24 anos. Por ano, temos mais de um milhão de suicídios, sendo que, esse numero, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde, crescerá a tal ponto em 2020, que teremos um milhão e 500 mil suicídios. E aí, o que será feito para que possamos minimizar tais expectativas? Quais são as escolas que adotam programas preventivos em saúde mental no ensino fundamental?

O suicídio não é uma atitude súbita, mas, sutilmente anunciada por diversas mudanças de comportamento, até mesmo, muitas vezes, verbalizada.  Portanto, aquele que anuncia que irá cometer tal ato, poderá fazê-lo se não houver intervenção dos pais, escolas, Governos e profissionais em saúde mental.

No livro, “Que educação estamos construindo, que possibilidades estamos produzindo?”, faço uma crítica ao modelo educacional, mas, contudo, apresento um programa constituído de três etapas, sendo elas, a avaliaçâo de cada aluno da instituição com  devolutiva aos pais, orientando-os a lidar com seus filhos, bem como, os cuidados necessários. Também oriento as escolas visando, não apenas, os processos de aprendizagem, mas, estabelecendo o respeito a cada criança e adolescente quanto aos processos, tanto cognitivos e, principalmente, o desenvolvimento psicoafetivo. Sugiro também, a implantação de oficinas de criatividade, onde, serão trabalhadas, dentro das escolas, aspectos relacionados a percepção social, familiar, adolescência, identidade, inteligência, vida afetiva, sexualidade, identidade, violência e outros.

Portanto, quanto ao que está acontecendo, deveríamos nos perguntar o que tem sido feito, afinal, se não mudarmos nosso conceito sobre educação e nossa postura em relação aos processos de desenvolvimento, seremos sim, cúmplices de cada dor que ceifa precocemente as vidas de nossas crianças e adolescentes.

Marcus Antonio Britto de Fleury Junior, Psicólogo e um dos coordenadores do Ateliê de Inteligência e do Programa preventivo e resignificativo, dirigido a crianças e adolescentes no cotidiano escolar e familiar.

ateliedeinteligencia@gmail.com

 

 

 


 

 

 

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Saúde não é balcão de negócios políticos !


                                                       
Quando as inverdades são artifícios dos que se acostumaram a manipular as relações de poder com a finalidade em criar falsas expectativas nos mais necessitados, principalmente, em relação as suas dores e angútias, revela-se então, o  comportamento sórdido onde, as necessidades sociais, nada mais são, senão, um conjunto de possibilidades, cujo objetivo, é confundir e ludibriar as pessoas com a única finalidade em fazer das relações políticas o meio de acesso a grupos que enriquecem, cada dia mais, às custas do erário público, de forma inescrupulosa, e por que não, dissimuladamente criminosa.

Assim, ao contemplar as propostas de alguns candidatos, me deparo com a estranha tentativa em, um deles, prometer um plano de saúde cuja cobertura seria para 300 mil usuários, em uma cidade de mais de um milhão e trezentos mil habitantes, deixando então, desprovidos e relagados do direito constitucional,  um milhão de pessoas, afinal, a Constituição brasileira, no artigo 196, é bastante clara quanto ao direito à saúde de todos, sem distinção a quem quer que seja, independente de rendimentos ou quaisquer outras condições sócio-econômicas.    

Passei da idade em ser suprpreendido, entretando, propostas desprovidas de embasamento técnico, transformandas em mecanismos de manipulação e engano à sociedade, devem a todo o momento, serem discutidas, pois, representam além de um grande retrocesso, um grande crime contra os direitos constitucionais conquistados.

Penso que, toda tentativa em descaracterizar o SUS, deve ser questionada, afinal, se nos calarmos, logo estaremos entregando o que é direito de todos, em troca de políticagens cuja finalidade é transformar, no final das contas, a saúde pública em um grande balcão de negócios, ou então, num curral eleitoreiro.

Portanto, o “goiâniamed”, é mais uma dessas tentativas que visam chegar ao nada, afinal, limita e estabelece condições de classificação por rendimentos, gerando assim, preconceito e juízo de valores completamente irresponsáveis quanto ao direito garantido pela constituição, além claro,  de golpear o SUS, que necessita ser fortalecido através de investimentos e projetos técnicos fudamentados.

Em relação a esse tal “goiâniamed”, nada se constrói em relação a políticas públicas estabelecendo diferenciação entre as pessoas, afinal, se é público, é para todos, independente do rendimento ou qualquer outro fator condicionante.

São relações fundamentadas na equidade e no respeito à condição do ser humano que sempre estarão acima de conceituações que promovam preconceito e afastamento de nossa consciência social.

Outro aspecto gravíssimo, baseia-se nas promessas em agregar uma  rede conveniada de 700 hospitais e laboratórios sem sequer citar os nomes das instituições. 

Também, segundo promessas, ofereceria 1.400 especialistas conveniados, mas, não cita nomes e especialidades dos mais de mil médicos que fariam parte desse “goianiamed".

Um outro aspecto que não é citado, é de onde viriam os recursos para a implantação dessa proposta que nada mais é, senão, uma grande manipulaçao política e  um grande retrocesso?  

A fundamentação de todos os projetos não baseia-se nas fantasias de meia dúzia de pessimamente mal informados, ou, mal intencionados, mas, estão calcadas em estudos ,cujos vieses técnicos,  diminuem a tentativa em transformar a população em massa de manobra para fazer das relações de poder grandes balcões de negócios.

 

Marcus Fleury Junior é psicólogo, pesquisador em educação. Escritor e coordenador do Ateliê de Inteligência.

e recuperação').
O plano de Jovair , denominado "goianiamed", lmita em 300 mil pessoas a ,deixando mais de 1 milhão sem cobertura, ferindo assim, o princípio da igualdade de direito a quem precisa de políticas de saúde.