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sábado, 25 de agosto de 2012

Morto está o pensamento, condenada está a educação


Morto está o pensamento e condenada está a educação
 

Pensar, para um Estado cujos interesses são fazer da democracia um salto ao nada, um passo no escuro, transforma as esperaças em pequenas e pesadas euforias efêmeras que se perdem na trajetória das verdades forjadas a preço de ouro. Verdades que, em sua essência, furtam-nos o que nos é de direito, fazendo de cada um, uma peça sem vida, sem atitude, sem pensamento, mas, animados pela perspectiva em poder consumir, até mesmo, pequenas porções de drogas, pois, as grandes doses, são essas que nos deixam completamente atirados ao chão para que sejamos pisados pelo descaso dos que absolvem ladrões de milhões e sentenciam pais e mães que, muitas vezes, movidos pelo desespero do choro da fome de seus filhos, furtam um litro de leite e apodrecem nas penitenciárias, enquanto, os larápios de estrelas, fazem dos hotéis suas gançonieres para “temerárias transações” em suas sacanagens oficiais.

Venham, mostrem logo para que vieram, pois, na sutileza das falas posso contemplar a tirania das vinganças de todos que são péssimamente mal resolvidos e buscam, a todo preço, deslocar a transferência de suas histórias não aceitas, dando  titulos de heróis à bandidos que, fazem da morte, apenas um instrumento político, nada mais. Enquanto isso, não falam dos que morrem nas portas dos hospitais públicos, vítimas do Estado bandido, tirano e vestido de púrpura para celebrar a morte da dignidade de um povo, cuja força se esvai pela desesperança na grande desgraça social que entorpece-se de pedras de crack, sumindo assim, na cortina de fumaça, onde podem encenar o teatro dos horrores psicosociais  e das desgraças que tentam justificar através do assistencialismo barato, de panelas e cabeças vazias.

Vamos, celebrem  as grandes conquistas da educação, com seus indices como o IDEB, que, sinceramente, não deveria ser Indice Brasileiro de Educação Básica, mas, sim, Indice Brasileiro de Enganação Básica, enquanto milhares de brasileiros estão inseridos a um projeto educacional decadente e que figura entre os piores de todo mundo.

Ensinar não é a questão, afinal, até um papagaio é ensinável, entretanto, educar é um grande desafio, principalmente, para um Estado, onde, a excelência encontra-se na composição de parâmetos limitados que engessam a capacidade de pensar e criar que, a muito, está fadada a desaparecer de nosso meio.

Pensar, consiste em construir possibilidades que sejam muito mais amplas que o 1 + 1, ou, outra equação qualquer,  pois, a arte de pensar envolve a arte da dúvida e da crítica como processo de análise e interpretação dos fenômenos psicosociais.

Claro, esses, os senhores locatários das relações de poder não desejam que nossos filhos consigam entender, pois, se assim o fizerem, encerrarão as carreiras e, possivelmente, farão das ideologias nada mais que o manual de manipulação de um Estado torpe e completamente constituído em defesa de interesses privados.

Tenho medo dos que afirmam serem suas palavras a única verdade, afinal, são essas pessoas que desejam estabelecer uma forma de controle psicosocial, cuja finalidade, nada mais é, senão, de forma sutil, impor os cruéis mecanismos de opressão a uma juventude vilipendiada em seu direito em pensar, pois,  o pensamento fundamenta-se na análise e interpretação dos fenômenos psicosociais.    

Para Nietzsche, Deus estava morto, entretanto, na atualidade, morto está o pensamento e condenada está a Educação.

 

Marcus Fleury Junior é psicólogo e coordenador do Ateliê de Integência

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Não precisamos de promessas.






Nós não precisamos de promessas...



Que maravilha, a cada quatro anos, descobrimos que o paraíso está muito próximo, e que o Messias, num processo de cissiparidade, multiplicou-se em vários outros semi-deuses capazes em erradicar a fome , a miséria , a epidemia do crack, a fracassada política prisional, o péssimo modelo de  educação de nossas crianças e adolescentes , o vergonhoso e doloroso atendimento nos hospitais públicos.

“Para a nossa alegria”, eles estão à solta, buscando, dissimuladamente, conquistar o seu voto, pois, a sua confiança, certamente, será impossível, depois de tantas decepções, principalmente , em um ano tão complexo, mas,  não diferente de tantos outros; apenas mudam os atores dessa complexa trama, onde, ao final, somos nós, a sociedade, a grande comédia que fomenta a alegria de muitos canalhas que tornam-se, do dia para a noite, ou da noite para o dia, as novas autoridades que definiram a partir de compreensíveis motivos, principalmente, quando se trata em proteger interesses de grupos, ou quadrilhas especializadas, no quesito do enriquecimento ilícito com o nosso dinheiro.

Eles estão à solta, e nós, onde estamos? Bom, penso eu que não é necessário responder essa pergunta, afinal, cada um, sabe muitíssimo bem, que todos desmandos, começam, justamente, na ponta de nossos dedos ao selecionarmos nas urnas eletrônicas as faces daqueles que tornar-se-ão os algozes por mais alguns anos, e por que não, algumas décadas que arrastar-se-ão na mais completa desilusão quanto a uma grande transformação social através do exercício democrático.

Sua escolha,meu caro amigo e amiga eleitora, compromete, não apenas sua história, mas, no momento em que você a faz, está definindo a  que as próximas gerações serão submetidas, cerceadas e muitas vezes aniquiladas quanto aos direitos sociais previstos pela constituição federal, no capítulo II,  artigo 6 : “Art. 6º São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição”

 É nosso dever observar, analisar e interpretar o discurso dos que prometem aquilo que já é um direito adquirido, afinal, os políticos não estão nos fazendo nenhum favor, mas , simplesmente, cumprindo suas obrigações, quando fazem valer nossos direitos sociais, conquistados na Carta Magna, de 1988.  

O Jogo sujo, baixo e deselegante dos que tentam manipular parte da sociedade , usando o desconhecimento das garantias constitucionais, precisa ser , através de nosso voto, banido dessas relações de poder , cujas finalidades, muitas vezes, fogem das reais necessidades sociais.







Portanto, não acredite em nenhuma promessa, mas, apegue-se e discuta programas que ressaltem o desenvolvimento sustentável, com base em estudos e planejamentos técnicos que apontem possibilidades reias, não virtuais.

Basta de virtualidade, sinceramente, já estamos mergulhados no mundo do faz de conta, onde, tudo se torna mais confortável, principalmente, quando estamos à frente de nossos computadores, e sujeitos ao perigo, usamos o recurso em desligar ou bloquear o que não estamos prontos para ouvir , ou falar, mesmo quando nada temos a dizer, mas, principalmente, a pensar.

O que queremos não pode ser a última coisa que alguém possa fazer por nós, mas, sim, a primeira a qual todos juntos podemos criar, caso nos unamos em uma grande corrente que venha resgatar valores, não esses impingidos da falsa moral conservadora, mas os que nos trarão dias melhores através de nossas exigências quanto a quem creditaremos nosso voto e confiança para fazer cumprir nossos direitos garantidos e conquistados , estando, todos eles, já previstos na Constituição Federal. Portanto, nós não precisamos de promessa, mas de atitude, coragem e dignidade.

 Marcus Fleury Junior é psicólogo e coordenador do Ateliê de Inteligência.

sábado, 4 de agosto de 2012

Quantos já disseram que seria a última vez?




A finalidade dos sentimentos não reside na incansável tentativa em viver algo que possivelmente esteja tão morto, que exauri de nossas esperanças a mera lembrança de um sorriso ao final de um dia exaustivo, onde, o encontrar-se com o outro, torna-se uma tarefa extremamente sofrida e desestimulante. Só em pensar, dá vontade de trabalhar mais uns dois turnos de 8 horas.

A responsabilidade quanto ao que vivemos é pessoal, intransferível e jamais poderá anular  o outro, nem mesmo submetê-lo a intermináveis questionamementos, daqueles que esperamos que o outro fale tudo o que nossa paranóia precise para validar nossa neurose.

Não dá para sustentar, nem mesmo, carregar um bagageiro lotado de culpas, quando a fragilidade da relação tem como peso um enorme potencial destrutivo. É necessário que avaliemos periodicamete se realmente estamos vivendo o que merecemos, e se também estamos permitindo que o outro também o viva.

A relação, quando adoece, atinge a todos que dela participam ou se aproximam, sendo então, um grande um ato tirano, covarde e violento mantê-la apenas por tolas vaidades e outros interesses, afinal, os sentimentos, quando fogem aos propósitos do amor, agregam outros valores que estão muito distantes do viver bem, do tesão, da cumplicidade.

As relações transformam-se a partir daquilo que investimos, então, se agregramos exigências não satisfeitas em nós, imporemos ao outro a exigência em sermos gratificados, para apenas saciar intermináveis dúvidas que, verdadeiramente, massacram.

O amor refuta quaisquer  formas de cobranças, aliás, se cobramos, já estamos próximos da pior forma de convivência, pois, a suavidade dos melhores sentimentos não sustenta o peso de nenhuma forma de opressão.   

Por acaso, algum dia, ao término de um determinado relacionamento, você saiu “tateando” a vida, procurando encontrar-se  a si mesmo? Encontrou-se, ou, ainda sente-se como quem perdeu algo muito importante e, nem mesmo o mundo de fórmulas e receitas do tipo faça isso, faça aquilo, 12 princípios para mudar uma vida, o sucesso é ser feliz, e outras papagaiadas, por mais que o deixe animadinho por talvez 12 semanas, o fez encontrar-se a si mesmo?

Então, o que estará faltando? Aliás, onde, e em que parte da existência algum dia você se abandonou? Quais foram os motivos que o levaram a distanciar-se de si? Os medos que cultiva em si, mas, os atribui sempre ao outro?

As relações, quando mais rígidas, ao romperem-se, partem-se em milhares de fragmentos, e como estilhaços, deixam feridas que machucam profundamente, remetendo-nos à confusão quanto aos sentimentos; então, confundimos nossas dores agregando ódio para que justifiquemos responsabilidades que são pessoais e intransferíveis.

Se estruturamos nosso amor em bases flexíveis, por mais que emborque e pareça não suportar o peso das pressões, voltará  ao estado de repouso de forma forte,  mantendo a importância   dos sentimentos, mesmo em meio a milhares de trasnformações. O amor requer flexibilidade, lembre-se disso.

O amor não é um sentimento totalitário. Ele precisa da presença, da proximidade e do convivio com outras pessoas, afinal, caso venhamos exigir que se torne uma ilha isolada, nos privamos do direito em vivê-lo, tornando-o, apenas uma estada num resort de decepções e sofrimentos.

Quantas foram as vezes que você afirmou para si mesmo que seria a última vez que amaria daquela forma? Isso, realmente, foi um grande insigth, uma afirmação extrememente precisa, pois, caso se prontifique amar da forma que sempre amou, obterá os mesmos resultados e fará de sua estada nos resorts do sofrimento, um endereço fixo, onde, somente novos protagonistas encenarão o enfadonho teatro da desgraça existencial, semeando as velhas limitações próprias do que já perdeu a finalidade, a essência, os valores  e, pricipalmente, o respeito.

Aquele que tenta estabelecer ao que está sendo vivido expectativas de relacionamentos anteriores comete, mais uma vez, um grande desrespeito a si e ao outro, pois, se analisarmos bem, a pessoa torna-se apenas a representação de um corpo no qual é projetado e transferido paixões e amores mal resolvidos, arrastando-as por várias camas, vários tribunais, vários velórios e vales de profunda de angustia. 

Quantos são os que se enterram sem que jamais tenham conseguido sepultar vários sentimentos que deixaram para trás? Quantos foram sepultados pelo mal que mantiveram dentro de si, sendo então, eles, a sordidez em pessoa, afinal, se nem para si mantiveram respeito e lealdade, pois, jamais, consiguiram acender o brilho de uma chama que incandece o olhar todas as manhãs.

Vou, novamente, refazer a mesma pergunta que fiz ateriormente.  Quantas foram as vezes que você afirmou para si mesmo que seria a última vez que amaria daquela forma?

A afirmativa está corretíssima, afinal, só se é possivel desfrutar o amor caso consigamos transformar nosso olhar em relação ao mesmo, afinal, cada relacionamento que nos permitimos viver, requer uma identidade própria, construída a partir das expectativas de cada uma das partes que formam o relacionamento. Essas duas pessoas que, por serem tão diferentes, tornam-se tão imprescindíveis um ao outro.

É necessário que nos depojemos, não levando aos novos relacionamentos as pessaoas com quem nos relacionamos no passado. Quais são as circusntâncias onde transformamos novos relacionamentos nas angústias que não pudemos atender nas experiências passadas?

Quantos são os que transferem para os que com eles vivem um conjunto de leviandades do passado; culpas, cobranças, desconfianças e tantos outros traumas mal tratados? Um verdadeiro depósito de lixo emocional, cujo, fétido odor, contamina um enorme grupo de pessoas, destituindo o caráter da singularidade das relações, pertinentes ao amor.

 Assim mesmo, quantas tentativas em amar produzimos e forjamos antes que nos desfizessemos dos relacionamentos que encerram-se? Não dá para viver a crença que amar é uma coragem, um ato necessário num mundo que refuta a solidão, mas, a vive, muitas vezes, a dois. Isso é fuga e o prenúncio dos fracassos afetivos.

Diante de nossos fracassos, quais são então, os nossos recursos? Acusar uma infinita lista de pessoas, responsabilizando-as por aquilo que é individual?

Um ato de coragem é caminhar por diante da própria vida, buscando conhecê-la na intimidade sem que cobremos dos outros as responsabilidades que são pessoais. Então, é necessario que nos conheçamos e aprendamos que no campo do amor vivemos o que estruturamos.

Não dá para entrar sangrando na casa de quem quer que seja. O lugar certo não é o coração do outro para ser para ser feliz, mas, o seu próprio, para viver a intensa felicidade, assumindo-se como potencial autor a reescrever sua história e a de mais ninguém. Quem acredita que irá mudar a vida de outrem, nada mais fará, senão, destruí-la e destruir a sua própria.



Marcus Antonio Britto de Fleury Junior, Psicólogo e um dos coordenadores do Ateliê de Inteligência