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sábado, 21 de janeiro de 2012

O que as crianças precisam...





Ao discutir a questão do cárcere na psique, e falar das limitações que tem feito do ser humano algoz e prisioneiro de tendências limitadoras que promovem, não a construção do conhecimento, mas, condições desfavoráveis, cujas metodologias promoveram o empobrecimento das relações afetivas, enfatizando a importância da adequação e hipervalorização de um número maior de informações velozes , com múltiplos cenários, desencadeando a leitura da memória de forma acelerada, sobrecarregando o córtex cerebral e ativando o tálamo e o hipocampo, partes do sistema límbico ( sistema relacionado as emoções, reconhecemos a necessidade em agregar os aspectos psicossociais e culturais, para que façamos uma leitura mais complexa quanto aos contextos que hoje interferem nos processos de desenvolvimento, que atormentam os pais , enchem consultórios e estigmatizam crianças através de uma salada de diagnósticos e suas prescrições.

Penso, que está na hora das ciências que estudam os processos mentais, reconhecerem, diante de suas vaidades teóricas, seus grandes fracassos. Que me atirem todas as pedras do mundo, com elas vou construir meus castelos, encenar minha loucura e me esconder da sanidade que os senhores vendem e tanto defendem, mas, não irei deixar de falar das milhares crianças , hoje , extremamente agitadas e dispersas empobrecidas pelas milhares fontes de estimulação visual, lingüística, cognitiva que as faz miseráveis em seus níveis de sustentação internos( bases afetivas)

Então , em virtude desses modelos contemporâneos , temos como conseqüências, crianças que sofrem intensamente, assim, elevam as estatísticas quanto aos números crescentes de transtornos de ansiedade, depressão, hetero e auto-agressividade, agitação psicomotora excessiva e suicídios infantis

Nada poderá substituir as bases afetivas, pois são imprescindíveis para que a criança de hoje não se torne a figura adoecida do amanhã; entretanto, para que diante de seu universo possa viver, é necessário que elas vivam cada etapa ou fase sem ser necessário sobrepor-se a nenhuma delas. Isso é fundamental.

Os processos de desenvolvimento são constituídos por etapas que devem ser estruturadas, respeitando a capacidade da criança quanto a condição em manifestar determinados comportamentos que expressem maturação neuro-cortical, psicológica e fisiológica. Assim, a infância será preservada e não terá comprometimento em relação aos processos neuropsicoafetivos, cognitivos e de aprendizagem.

Os pais necessitam participar desse processo, voltando-se mais às necessidades de suporte, para que seus filhos elaborem todos esses processos de forma tranqüila, objetivado no amanhã, serem elas mesmas, e não uma versão daquilo que o senhor ou a senhora desejavam ter sido um dia. Portanto, não transfira e não projete o que não deu certo em sua vida; sabe aquele plano em fazer medicina, ou então em ir à lua; quem sabe ser um político , ou basicamente um homem ou mulher com fama, dinheiro, status e muita tristeza no olhar? Então, procure um analista; organizar-se internamente é muito necessário para que consigamos respeitarmos a nós mesmos e,pricipalmente, as nossas crianças.

Quando assinamos um contrato de prestação de serviços com alguma escola, em suas cláusulas não constam funções que são básicas e inerentes a família, por isso, convido-o a repensar seu papel em relação aos seus filhos, vendo-os, não como nos enxergamos, mas, na forma como eles se apresentam a nós, respeitando suas falas e avaliando suas reais necessidades não pelo contexto das tendências de mercado, da moda, enfim, de uma forma que sempre as favoreça diante às inúmeras etapas que constituem os processos de desenvolvimento.

Marcus Antonio Britto de Fleury Junior, Psicólogo e um dos coordenadores do Ateliê de Inteligência e do Programa preventivo e resignificativo, dirigido a crianças e adolescentes no cotidiano escolar e familiar.
ateliedeinteligencia@gmail.com

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Você é politicamente correto? Eu ...



Ao escrever esse texto,havia terminado a leitura de um livro do Içami Tiba, Juventude&Drogas: ANJOS CAíDOS, então, o associei a diversos casos que envolvem profundos sofrimentos e perdas e, em muitos deles, posicionar-se, pontuando o contexto , dialogando com os filhos sem preconceito, sem temer expor seus conceitos pessoais, sabendo que isso pode salvá-lo de algum ato que comprometa sua integridade física e mental.

Certa vez uma criança me disse: “Como vou descobrir sozinho o que pode ser bom? Preciso de ajuda, tenho sofrido muito para descobrir tudo sozinho. Eu não sei como fazer”.

Isso me balançou tanto, a ponto em ficar umas noites em claro,mas nada poderia me aproximar daquilo que essa criança estava passando,afinal,em plena infância, ela estava acometida por um elevado nível de estresse,tendo seu sistema imunológico rebaixado e apresentando alergias,resfriados e bronquites contínuas e a depressão sinalizando uma possível apresentação.

Os pais diziam estar envoltos em seus trabalhos e acreditavam que a escola e o contexto em interagir com os colegas, seriam, em grande parte, necessários para a formação da personalidade do filho. Mas então, o que adianta ser tão bem sucedido nos negócios, atingir metas, considerar-se politicamente correto, além de outras dessas besteiras que hoje se tornaram padrão para corretos infelizes?

Nada está tão politicamente correto que nos remeta a omissão, permitindo que o amanhã, sob a desculpa da ética, transforme nossas próximas gerações na pior parte de nosso silêncio. Assim, tenho acompanhado o sofrimento de pais e filhos que engolem a angústia, e negam o que necessitam dizer uns aos outros, justamente pelo receio em não serem compreendidos e, conseqüentemente, excluídos.

Mas que sociedade é essa que tanto exige sem nada a oferecer, tornando-se o inverso do discurso que apregoa, envolta nos juízos de valores que hoje são sentenças veladas a espera do primeiro pedido de desculpas ,para então seguir o espetáculo do escárnio ,impondo a necessidade do perdão como num rito de suplício onde exigem que gritemos por D-US, para em seguida, obtermos compaixão de homens, transformando nossas mentes num verdadeiro campo de batalhas onde há um só gladiador,uma só vítima que somos nós mesmos.

Entretanto, se assim nos abandonamos aceitando os modelos e padrões que são colocados como posturas éticas e politicamente corretas, “guela abaixo”, renunciamos a melhor parte de nossa história,sendo essa, a existência que temos a construir e vivenciar intensamente.

Afinal, o que é ser politicamente correto? É por acaso não poder discutir posturas que não são adequadas para a nossa vida? É estabelecer minha orientação sexual baseando-me nas tendências do momento para não ser taxado de reacionário,careta ou mesmo preconceituoso?

É abrir as portas da minha casa e dizer,venham, transem à vontade e quando terminar limpem o tapete? É assistir ao “Big Brother” e ser obrigado a compactuar com o que ali é vomitado em nossas casas? É “liberar geral” porque a bebedeira rebaixou a instância psíquica que estabelece parâmetros de auto-preservação? É aceitar Jesus, falar em amor e me esconder por detrás do evangelho açoitando aos que não compartilham do que penso? Então, com muita satisfação, sou politicamente incorreto.

Marcus Antonio Britto de Fleury Junior é psicólogo , e um dos coordenadores do programa resignificativo e preventivo aplicado a crianças e adolescentes no contexto escolar, familiar e social do Ateliê de Inteligência

sábado, 14 de janeiro de 2012

Se o amor falhou... Parte I


Se o amor falhou, não se preocupe... Você pode tentar sempre mais vez! (Parte I)

Será que o amor falha? Uma maravilhosa pergunta que somente quem o vive, ou um dia o viveu, poderá responder, afinal, como seria se as certezas fossem tão reais? Elas, as certezas, representam os mais variados aspectos que envolvem e formam o contexto de uma relação, pois, as mesmas, vão se definindo a partir daquilo que somos e do que acreditamos precisar.

O amor não é uma proposta cartesiana, não é uma regra matémática; aliás, regras, no contexto do amor, colacam-no, na maior parte das vezes, a distanciar-se das finalidades dos sentimentos, furtando e emprobrecendo as emoções que constituem-se na parte gostosa do que nos motiva a querer sempre mais, mais, mais e mais.
É aí que está o prenuncio dos fracassos afetivos. Quando queremos mais, mais, mais e muito mais, sem sequer estarmos preparados para o pouco que lentamente, num processo natural e saudavel, deveria se transformar no todo de uma relação.

Então, diante de nossas pressas, e da nossa fúria compulsiva, impomos ao outro a obrigação duma responsabilidade que nos é pessoal, exigindo que seja o complemento do que não somos, ou, daquilo que não proporcionamos a nós mesmos. Está cada vez mais evidente que ninguém pode ou está afim de ser responsabilizado pelas buscas de quem quer que seja; se assim o fizermos, sacrificamos as possibilidades em vivermos a grandiosidade dos sentimentos e emoções.

Quantas vezes somos os homicidas das melhores partes de nós mesmos? Sim, somos nós os responsáveis pelo que investimos, ou, por aquiilo que deixamos de investir. Então, cada um é o único responsável pela relação a qual vive. Não adianta, por pior que esteja a convivência, ficar apontando em uma direção, afinal, se nos permitirmos viver o que é bom, fizemos uma escolha; se permitimos viver o que é péssimo, também a fizemos.

A responsabilidade é pessoal, intransferível e exclusiva, não permitindo a anulação do outro, nem mesmo, o horrível questionamento, ou, as chatíssimas sentenças acusatórias. Não dá para sustentar culpabilidade, quando, na realidade, a fragilidade está no contexto das relações. A relação, essa sim, é doente e, consequentemente, adoece a todos que dela participam, ou, se aproximam, tornando-se uma violência contras as identidades, as culturas e às estruturas de personalidade.

As relações transformam-se a partir daquilo que investimos, então, se agregramos exigências não satisfeitas em nós, imporemos ao outro a exigência em sermos gratificados com aquilo que nos é uma exigência para o que denominamos de amor.
O amor refuta quaisquer formas de cobranças, aliás, se cobramos, já estamos próximos da pior forma de convivência, pois, a suavidade dos melhores sentimentos não sustenta o peso de nenhuma cobrança.

Algum dia, ao término de um determinado relacionamento, você saiu “tateando” a vida, procurando encontrar a si mesmo? Encontrou-se, ou, ainda sente-se como quem perdeu algo muito importante? Uma peça que faz mover todas as outras para que dê movimento aos sentimentos, como se os mesmos fossem máquinas, ou, então, resultados de algumas dessas fórmulas ou receitas prontas?

Então, o que estará faltando? Aliás, onde, e em que parte da existência algum dia você se abandonou? Quais foram os motivos que o levaram a distanciar-se de si? A desesperança que tem em si mesmo, mas, que atribui sempre a alguém?

As relações, quando mais rígidas, ao romperem-se, partem-se em milhares de fragmentos, e, com os estilhaços, deixam feridas que sangram, levando-nos, diante de nossas fragilidades, à mais profunda confusão dos sentimentos. Aí confundimos nossas dores com ódio, então, sofremos, e para justificarmos nossas ausências, nossas responsabilidades sempre buscando um culpado para o que é pessoal e intransferível.

Se estruturamos nosso amor em bases flexíveis, por mais que emborque e pareça não suportar o peso das pressões, voltará ao estado de repouso de forma forte, mantendo a impotância dos sentimentos, mesmo em meio a milhares de trasnformações. O amor requer flexibilidade, lembre-se disso
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O amor não é um sentimento totalitário. Ele precisa da presença, da proximidade e do convívio com outras pessoas, afinal, caso venhamos a exigir que se torne uma ilha isolada, nos privamos do direito em vivê-lo, tornando-o, apenas uma estada num resort de decepções e sofrimentos.

Marcus Antonio Britto de Fleury Junior, Psicólogo e um dos coordenadores do Ateliê de Inteligência e do Programa preventivo e resignificativo, dirigido a crianças e adolescentes no cotidiano escolar e familiar.
ateliedeinteligencia@gmail.com

Se o amor falhou, não se preocupe...


Se o amor falhou, não se preocupe... Você pode tentar sempre mais vez! (Parte II)

Quantas foram as vezes que você afirmou para si mesmo que seria a última vez que amaria daquela forma? Isso realmente é um insigth, uma afirmação extrememente precisa, pois, caso se prontifique amar da forma que sempre amou, obterá os mesmos resultados e fará de sua estada, nos resorts do sofrimento, um endreço fixo, onde, somente novos protagonistas encenarão a sua peça da desgraça existencial, semeando as velhas limitações, intransigências e chatices que o levam a transferir e projetar a continuidade de tudo que já viveu.

Aí então, estrutura-se a percepção errônea em acreditar que as relações atuais que estão sendo vividas, fundem-se naquilo que já foi vivido. Grande engano, grande atendado contra si e, mais ainda, contra o próximo.

Aí então, incorrem nas frases frívolas e sem nenhum fundamento, pois, muitas vezes, numa grande parte delas, rompe-se um relacionamento, mas, vedadeiramente, ainda o mantém por vários anos, ou, até mesmo, por grande parte da vida, arrastando-o para várias vidas, várias camas, vários tribunais, vários velórios e cemitérios.

Quantos são os que se enterram sem que jamais tenham conseguido sepultar vários sentimentos que deixaram para trás? Quantos foram sepultados pelo mal que mantiveram dentro de si, como se a mágoa e o ressentimento fossem resultantes do ódio, entretanto, nada mais foram, senão, o resultado das piores formas em amar quando não se consegue desamar.

Vou refazer a mesma pergunta que ateriormente fiz: Quantas foram as vezes que você afirmou para si mesmo que seria a última vez que amaria daquela forma?
A frase está corretíssima, afinal, só se é possivel desfrutar o amor caso consigamos transformar nosso olhar em relação ao mesmo, pois, cada relaciomamento que nos permitimos viver requer uma identidade própria, construída a partir das expectativas de cada uma das partes que formam o relacionamento.

É necessário que nos depojemos, não levando aos novos relacionamentos as pessoas com quem nos relacionamos no passado. Quais são as circusntâncias onde transformamos novos relacionamentos nas angústias que não pudemos atender em outros relacionamentos? Quantos são os que transferem para os que com eles vivem, um conjunto de leviandades do passado? Culpas, cobranças, desconfianças e tantos outros traumas mal tratados. Um verdadeiro depósito de lixo emocional, cujo, fétido odor, contamina um enorme grupo de pessoas, destituindo o caráter da singularidade das relações, pertinentes ao amor, em mera ilusão.

O mais interessante é que somos nós mesmos, por uma conduta antropomórfica e tribal, que agregamos dezenas de pessoas às nossas vidas, amarrando-as, quase que aos pés de nossas camas, afim de comprometé-las com a perpetuação do rito. Não? Ah, então me respondam para que servem os padrinhos, testemunhas, damas de honra, pajes e outros arquétipos que povoam as relações? Nada mais são, ao desconstruirmos nossa afeição pelos mesmos, senão, testemunhas daquilo que utilizamos para que sejamos lembrados e nos sintamos socialmente cobrados.

Tudo isso, uma estratégia de “caso pensado”, afinal, nosso inconsciente, apenas coloca as peças à disposição da tal razão, que, por sua vez, sujeita-se organiza-las transformarndo vínculos em frágeis formas de convivência e alianças que, ao romperem-se, geram grandes conflitos e profundas marcas.

Assim mesmo, quantas tentativas em amar produzimos e forjamos antes que nos desfizéssemos dos relacionamentos que encerram-se? Não dá para viver a crença que amar é uma coragem, um ato necessário num mundo que refuta a solidão, mas a vive muitas vezes a dois. Isso é fuga e o prenúncio dos fracassos afetivos.

Diante de nossos fracassos, quais são então os nossos recursos? Acusar uma infinita lista de pessoas, responsabilizando-as por aquilo que é individual?

Um ato de coragem é caminhar por diante da própria vida, buscando conhecê-la na intimidade sem que cobremos dos outros as responsabilidades que são pessoais. Então, é necessário que nos conheçamos e aprendamos que, no campo do amor, vivemos o que estruturamos.

Não dá para entrar sangrando na casa de quem quer que seja; O lugar certo não é uma vida para ser feliz, mas a prórpia vida para viver a intensa felicidade, assumindo-se como potencial autor a reescrever sua própria história e a de mais ninguém. Quem acredita que irá mudar a vida de outrem, nada mais fará, senão, destruí-la e destruir-se a si próprio.

Essa é uma responsabilidade pessoal, e você é o único depois de conhecer seus mares, seus oceanos, sua ilhas, suas geleiras e desertos, que aproximar-se-a dos oásis existenciais e neles consiguirá estruturar modelos próprios de relacionamentos, sempre permeados pelo respeito a si e ao próximo, fazendo-se autor da relação e não tutor de um grande mal.

Portanto, não é o amor que falhou, ele continua em sua configuração agregando as propostas que cabe a um de nós desenvolver e aprimorar.

Agora, quando nós nos assumimos diante do que não deu certo, acrescentamos ao ato de viver a condição em existir, sempre prontificando-nos a tentarmos mais uma, duas ou quantas vezes forem necessárias, exaltando, assim, a capacidade da superação, onde, transformamos os significados preparando-nos sempre para o melhor a ser vivido a seu tempo.

Marcus Antonio Britto de Fleury Junior, Psicólogo e um dos coordenadores do Ateliê de Inteligência e do Programa preventivo e resignificativo, dirigido a crianças e adolescentes no cotidiano escolar e familiar.
ateliedeinteligencia@gmail.com