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segunda-feira, 16 de novembro de 2009



NAWAL AL SAADIWI:SIMBOLO DE RESISTÊNCIA EM DEFESA AS MULHERES ÁRABES


Esta é a história de uma egípcia que experimentou a dor da mutilação genital e se negou a aceitar a sua continuidade... A mutilação genital feminina é praticada não só no Egipto, mas também em países como o Iêmen, Sudão, Nigéria, Tanzânia, Etiópia, Indonésia; Sri Lanka, Guiné, Golfo; Gana, Quênia e em algumas partes da América Latina.
No Egipto, estes serviços eram feitos em hospitais púbicos e na clandestinidade, uma vez que as restrições legais eram pouco específicas. Actualmente, apesar da proibição legal, a prática está demasiado enraizada para que seja possível aboli-la por completo. Nawal Al Saadawi foi sujeita à remoção do clitóris com apenas seis anos, porque a sua família cultivava princípios religiosos relacionados com a pureza e castidade, associando-os a esta prática. Tal como ela, muitas outras mulheres continuam a ser sujeitas à excisão feminina e Nawal, enquanto médica, pode agora auxiliar aquelas que experimentam a dor pela qual já passou. Usando como base a experiência à qual foi submetida, desenvolveu estudos nesta área, acabando por publicar “The Hidden Face of Eve” (1977), que se tornou uma referência na área dos estudos sobre as mulheres no mundo árabe. Com Sadat no poder, a sua contestação levou-a à prisão e, mais tarde, a pressão dos fundamentalistas islâmicos obrigou-a a fugir para os Estados Unidos. Quando regressou, embora a situação tivesse mudado, ainda teve de lutar contra uma tentativa de separação forçada, com base nos seus ideais de liberdade. Em 1982, fundou a AWSA (Arab Women’s Solidarity Association), uma organização não-governamental com várias delegações internacionais e milhares de activistas que, entre outros propósitos com vista à defesa das mulheres, combate os “crimes de honra”. Com mais de 42 publicações alicerçadas na sua experiência pessoal, Nawal Al Saadawi é um marco de destaque, tanto no que respeita aos estudos que realiza, como na defesa acérrima dos direitos das mulheres. A mutilação genital feminina não é uma tradição dos países árabes nem do universo islâmico, porque o Corão não a advoga.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009


Aprendi no leito de muitas dores que não morreria pelo que não foi vivido, pelo que foi interrompido ou perdido, mas sim, que revolvendo-me em minha própria cura, vislumbraria novos caminhos, livrando-me então da cegueira dessas que nos transforma em vítimas de nossas próprias buscas.


Marcus Antonio Britto de Fleury Junior