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sexta-feira, 18 de julho de 2008

O OPRESSOR E SEUS MINUTOS DE FAMA COMO GANGESTER

O opressor e seus minutos de fama como Gangaster.


“Quinze minutos de fama Mais um pros comerciais,Quinze minutos de famaDepois descanse em paz.O gênio da última hora,É o idiota do ano seguinteO último novo-rico,É o mais novo pedinte”
Titans


O que mais pode nos sobressaltar depois do espetáculo das máscaras de cera que se derretem? A máscara da justiça caiu ao dar Hábeas Corpus aos quadrilheiros do capital, estabelecendo a legitimidade do cinismo sociopata que estampa os criminosos naquela fúria desmedida por dinheiro.

Tais quadrilheiros são iguais aos traficantes, que trancafiados estão, com uma única diferença: Um arrasta uma legião de famintos que não tem onde aportar a fome, o descaso, o preconceito, os estigmas e o desespero no ato de suplício, impregnados pelo ódio refletido nos projéteis que cortam os céus adentrando nossas casas, invadindo nossos carros, arrastando-nos pelas ruas, colocando-nos em “micro-ondas” e numa ritualista relação perversa, faz nos corpos que dilaceram os grandes motivos para serem castigados. Castigado em ser miserável é assumir uma responsabilidade, tornando-se o opróbrio condenatório para o ladrão que rouba milhões, corrompe, mata e é visto como uma vítima, exposta pelo par de algemas encoberta pelo paletó, saindo de suas luxuosas casas . É a dualidade da relação que revela o momento onde, o Oprimido passa a ser o opressor e o Opressor, nos seus minutos de fama, como gangster de luxo, passeia como oprimido na traseira de um camburão.

Cinematográfico quando o glamour expõe o que verdadeiramente é. A pecha do poder mostra a fragilidade que o sustenta, afinal, só o é poder por que tem que arrotar o vazio do estômago dos famintos, revelando que nada é e nada tem apresentado o grande teatro da lei ao prevalecer-se no corpo privilegiado “punido”. As gentilezas reservadas aos criminosos de luxo deveriam ser destinadas a todas as pessoas, afinal, em relação aos desprovidos das intrínsecas relações que se entrelaçam no brindar das taças, a morte torna-se a certeza mais segura e a desgraça é o lugar da extorsão.

Quanto aos quadrilheiros milionários, esses, arrastam uma legião de desesperados. Desesperados pelo poder, pelo dinheiro que não tem, por aquilo que não são e por aquilo que perderam sem nunca terem tido. Então emprestam seus nomes sem nenhum valor ou proeminência, antes de tornarem-se notícias nas colunas policiais.

Os traficantes apresentam suas ações de forma explícita. O ilegalismo que faz vista grossa, os protege, mas, as conseqüências estão descritas todos os dias nos jornais, em sangue e dor. Quantas são as vítimas do tráfico. Sejam dependentes, co-dependentes, civis ou não, tornam-se estatísticas todos os dias. O tráfico destroça a sociedade explicitamente.
Já os quadrilheiros, são como cupim: comem a sociedade por dentro e quando ela se dá por consciente, desmorona, rui e nada deixa para quem quer que seja.

Traficantes estabelecem amplas relações com os produtores internacionais de narcóticos. Quadrilheiros dominam até o National Resource. Fica por sua conta a definição quanto à semelhança de ambos, pois, para mim, tudo já está muito bem definido.

Marcus Antonio Britto de Fleury Junior.
Psicólogo e Coordenador do Ateliê de Inteligência.