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segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008





Podemos observar o que ruiu, o que desabou, de tal maneira, que nem mesmo pode-se definir o que sobra em nós. Afinal, quantos, ao rejeitarem-se projetam a sobra em meio ao inteiro, assumindo a estrutura fragmentada manifesta na excessiva angústia, no mergulho ao processo melancólico onde o semblante do abatimento apresenta o encantamento como prenúncio da auto-renúncia. Muito próximo ao mergulho de Narciso.

Ainda imagino o que ele pode ter visto. Seria a superficialidade de sua beleza, ou, o antagonismo dela projetando seu horror? Como é lenda, não me encantarei, prefiro o prazer da fascinação. Permito aos encantados que me censurem, afinal, censura não me constrange, muito ao contrário, leva-me às compreensões que me regozijo em ter. Digo isso, pois nada pode tornar-se “cela” ou sentença ao ser humano. Acredito na contínua necessidade em subverter tudo que está estabelecido para que não morramos no encantamento, como seres catatônicos, aprisionados por um autismo academicista pobre e pernicioso, mas, com muito respeito necessário aos que tem tão pouco que se deixassem suas teses, doutrinas, teorias, ou mesmo fossem acometidos pelo processo da criação subversiva perderiam suas armaduras, suas lanças, suas adagas e as capas que os protegem. Ficariam nus e, possivelmente, aquilo que os faz tão próximos à realidade seria desarticulado revelando a esquizofrenia fantasiada de neurose. Portanto, cada um fique com aquilo que lhes é tão importante, pois para mim, nada o é, senão o Ser em Si, aberto as lutas e obstinado em conquistar-se a cada dia.
Uma das situações que mais avalio está no SER pragmático. Suas vidas estão sedimentadas em pequenas ilhas que, se inundadas, os deixará sem habitação ou territórios. Recordo-me, que na Universidade, um professor durante a exposição de sua abordagem, referiu-se à literatura de outros vieses como, segundo suas próprias palavras, “livrinhos para serem lidos quando estivéssemos assentados no vaso sanitário”.
Seu pragmatismo era tanto que, ao final do curso, ele não era mais visto em sala de aula, passou a compor a decoração de um “aquário”. Essas salas cercadas por vidros, como um bichinho de experimentação, parecia estar em uma caixinha de Skinner, movido por estímulos e respostas resultantes de seu condicionamento limítrofe, confinado por sua excessiva confiança no discurso que garantia conforto a uma segurança frágil e, ao mesmo tempo, traiçoeira.
O pragmatismo gera encantamento e dilui a arte da crítica,a arte da dúvida obliterando a produção no campo das idéias. Na pós-contemporaneidade observamos seres encantados com a externalidade, com a superficialidade, com uma idéia muito restrita quanto à noção do sucesso, do poder e das conquistas.

Recorro aos encantadores de serpentes que recorrem ao artifício em passar urina de rato na ponta de suas flautas, causando com isso o espetáculo em fazer o réptil peçonhento mover-se em movimentos harmônicos que são criados não pela música dos flautistas encantadores, mas pelo movimentos que eles fazem com seus instrumentos musicais. Não interessa à cobra nenhuma nota musical, afinal, esses bichos são impossibilitados em reconhecer sons, pois sçao desprovidos de audição.

Quais são os recursos utilizados as pessoas na pós-contemporaneidade? Cores, sons repetitivos com tons graves,velocidade de informações(lembremo-nos que informação não consiste em conhecimento), consumo e padrões estéticos que possibilitam estabelecer o indivíduo cada vez mais envolto pelo corpo que apresenta e não do corpo que se é. Volto a repetir, o encantamento é o prenuncio da auto-renúncia , ou seja, uma resposta que pode estar sendo desenvolvida inconscientemente, num momento desencadear para aniquilar o individuo em sua existência.

MARCUS ANTONIO BRITTO DE DE FLEURY JUNIOR

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008


Acreditar em sua história não é dar mãozinhas às propostas, mas sim, conspirar aos limites encarceradores que corrompem em nome de pressupostos que garantem a estabilidade aos pobres endinheirados que apenas querem e precisam de sua força de trabalho, de seus filhinhos e também de sua doença para acumularem riquezas sobre aquilo que chamam de saúde.

Ser em si , redunda na arte da crítica, na arte da dúvida e na arte em determinar que cárceres são feitos para os que renunciam vê-los ou negam exergá-los,mas, habitam e escondem-se aprisionados para diante do encontro com o silêncio ensurdecedor da solidão,diante das dores renunciadas, sublimadas no pouco que acreditam representar para si mesmos.

Até quando você não quer mais viver o Ser no outro ou ter o outro em seu Ser ?




MARCUS ANTONIO BRITTO DE FLEURY JUNIOR.

PARTICIPE DO PROGRAMA DE RESGATE DO SER EM SI. (PRSS)




Passei dias , tempos muitos difíceis, em busca de algo que pudesse mostrar-me o caminho das grandes transformações,até então, compreender que, primeiramente, precisava me reencontrar, pois, em mim, está o único que pode resignificar a história de uma existência,dismitificando e desconstruindo a figua da fragilidade humana, constituída para que sejamos dominados pelas forças totêmicas e lingüísticas, instituidas por pequenos grupos que têm o domínio sobre uma grande multidão de pessoas que esqueceram-se de seus sonhos.




PARTICIPE DO PROGRAMA DO RESGATE DO SER EM SI (PRSS).


INFORMAÇÕES :


sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008

Patch Adams no programa Roda Viva Parte 1.

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008






As catastófes percorrem as ruas
Nelas as imagens de suas vítimas
Fazem de nossos olhos as janelas do factídico.
Factidico que nos negamos ver ,
Factídico que disfarçamos não viver.

O medo se mistura com as ruas
As ruas se enfraldam de nossos medos.
Medos que de tão intensos,
põem fim a outras vidas
na “heróica” tentativa em ser
herói em alguma coisa
que nem se sabe o que é.

Mas os Heróis percorrem as ruas
Nelas, moram os heróis.
Suas faces revelam todos os sentimentos
que encontram-se escondidos dentro das casas
no fundo escuro dos quartos,
como se tentassem voltar aos úteros
e, caso voltassem , pediriam
clamariam,supliciariam pelo
morto que vive nesse tão extenso pesar
assistido nesse tão catatônico olhar.

As casas de nossos heróis
tem como telhados as marquises
e como “proteção” a truculência do aconchego perverso dos coturnos
e, como “afago”, cacetetes impostores da autoridade paterna
que dão continuidade à castração promovendo
no silêncio da dor o deslocamento do anímico
que em defesa da integridade de sues impulsos
acabam um dia no castigo imposto pela lei
no fundo de uma cela que para si não é tão fria.

Marcus Antonio Britto de Fleury Junior

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2008







A liberdade assusta e atormenta, afinal, qual é o seu sentido, quais são os seus motivos ? Cada um a estrutura como deseja e cada manifestação, surpreende o discurso estruturado por uma razão que é frágil e punitiva.
Marcus Antonio Britto de Fleury Junior

sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

O adoecer da relação, abarca em si, uma complexidade de fatores que conduz à terapia de casais aqueles que se sentem sufocados, impossibilitados do exercício da liberdade para sentirem-se próximos daquilo que acreditam ser o melhor para suas vidas .

Nesse contexto, para o delineamento, compreensão, elaboração dos inúmeros eventos que permeiam o final de uma relação, casais recorrem aos psicólogos objetivando ampliar o que se tornou restrito, bem como , estabelecer o resgate da intersubjetividade perdida em decorrência da ausência do diálogo e da imposição implícita no contexto autoritário em que a postura reducionista, visa proteger aos interesses de uma das partes .

A “força” da fala de uma das partes , traz em si , um contexto complexo de fatores que podem ser observados e descritos como uma postura muitas em tentar manter por meio do comprometimento do processo de comunicação a estabilidade .

A quebra da intersubjetividade promove a impossibilidade da consecução das liberdades e isso, geralmente, em muitos casais desencadeia inúmeros sentimentos como o ódio , medo , rejeição, frustração , sendo os mesmos , propulsores de elevados níveis de estresse que em virtude de relações imersas a anos de conflitos encontram-se no nível de exaustão, interferindo nos processos da produção do pensamento resolutório, onde a racionalidade fica assentada na platéia da psiquê, assistindo um combate permeado por aspectos emocionais limitados quanto às possibilidades de compreensão das necessidades de uma das partes do casal.

Sartre , em “O Ser e o Nada” , diz que : “ O inferno é o outro ” . Tal afirmação , valida-se nas relações onde a prática de acusações torna-se uma forma de eximir-se de responsabilidades trazidas a relação, atribuindo a uma das partes , responsabilidades do fracasso conjugal. Parecem se esquecer que, uma relação, está constituída não apenas por uma parte, mas , existem duas pessoas, cada uma com seu universo próprio, altamente significativo quanto as informações e formas.

As responsabilidades podem ser iguais e, não há, como imputar acusações a somente uma das partes , sendo apenas possível nomear o que sentem um em relação ao outro ( ódio, raiva, frustração, tristeza) afinal , as formas em sentir são individuais . Tal expressão individual constitui os limites através das diferenças, sendo que, os mesmos, perdem suas fronteiras e tornam-se vulneráveis a atacar , bem como , ao deslocamento da perversidade condensada nas repressões e frustrações .

Pode haver diante o desmerecimento dos conteúdos vivenciais através da imposição das falas , onde apenas um esta certo e, o outro, encontra-se errado . As relações tornam-se então unilaterais estando uma das partes distanciadas autoritariamente de suas opiniões massacradas em seus sentimentos , em seus desejos , em suas fantasias .

Aceitar tais diferenças nas relações onde, uma das partes, usa daimposição de suas verdades para proteger-se, torna-se árdua, então algumas pessoas temem desvencilhar de seus conteúdos e valores pois , perdê-los poderia significar a ausência de controle sobre o casamento.

No início dos relacionamentos , tais diferenças são altamente significativas , encanta os parceiros pelas descobertas que as fazem, portanto, no transcorrer do envolvimento afetivo há o reconhecimento das mesmas.

No momento em que duas pessoas decidem assumir uma união , elas trazem não apenas o enxoval , mas sim , envolvem todos os seus conteúdos internos que foram construídos ao longo de todo uma construção a partir do contato com a família em que foram educadas, o grupo social que pertenceram e características político-culturais , suas crenças doutrinárias .

Muitos casais ao constituirem uma nova família , levam paradebaixo de seus lençóis suas famílias de origem e, ao longo daconvivência, tentam impor , reproduzindo ao outro modelos deconvivência de seus pais , até mesmo, travam as mesmas lutas sendo para eles um choque muito grande poder observar que suasidentidades trazem as marcas daquilo que não queriam para si, então,desenvolvem as mesmas neuroses que tanto as incomodavam

Daí então, surge uma pergunta: Que relação é essa? Isso afeta profundamente, afinal, o que mais desejavam era a consecução de projetos de vida estavam amparados na expectativa da possibilidade da aproximação da felicidade através da união com o outro, no entanto, de repente começam transferir para seus matrimônios todos os conflitos que os pais viviam, começam a ver o amor como um naufrago e a “angústia como a “grande raínha das sombras” ( Heiddeger) trazendo sentimentos que os faz lembrar aquilo que foi um dia vivenciado, promovendo o deslocamento em direção ao outro com muito mais força e , até mesmo , fúria , pois , além de reviverem internamente toda dor que odiaram , não conseguem estabelecer a compreensão e vêem -se diante das suas maiores dúvidas em relação aos sentimentos, as crenças, aos seus projetos , aos filhos. Assim , co-responsabilizam-se pelos desacertos, pelos conflitos internos que passam a constitui uma nova relação com velhos conteúdos .

Os problemas que atribuem ao outro não estão necessariamente naquele que imagina ser seu algoz, mas , encontram-se intrínsecos nos traumas de relações disfuncionais

Há entre o casal “uma terceira pessoa” : A relação . A mesma, os descaracteriza em suas identidades e faz emergir o caos emocional tornando-os estranhos em um mesmo ambiente em virtude da incompreensão de tais aspectos que irão interferir nos processos cognitivos , afetivos , fisiológicos. Dentro de tais processos encontram-se impossibilidades de construção de novas forma de pensamento, afinal, tais características de personalidade de cada um , uma vez expostas e impostas , dispara o que podemos chamar de gatilho de memória fazendo imediatamente a leitura de milhões de informações armazenadas à partir das impressões sobre o que estão vivenciando.

Trazem as vivências conflituosas de seus pais e as vivem em suas vidas como se fossem eles próprios.Atribuem ao parceiro responsabilidades por suas frustrações, medos e inseguranças , e derrotas

Os conflitos conjugais baseados nessas circunstâncias, desencadeiam um fenômeno que gera, em alguns casos, a manutenção instalada na própria relação . Assim, uma das partes, para manter o relacionamento torna-se ou o algoz , ou então , o dependente emocional construindo para suas vidas relações “indesejadas”, mas necessárias para poderem viver o hades emocional em suas existências , afinal, o mesmo as faz Ter contato com suas próprias Histórias , aproximando-as da angústia como forma de sentirem-se vivos .

A retirada , ou mesmo, a resolução de tais conflitos representa o perigo iminente de viverem o que mais desejam e o que menos aceitam em suas vidas : A liberdade.

Haverá um momento em que a falência da relação imputará aos que a vivem um preço tão elevado que tomar decisões torna-se o encontro da liberdade em meio à dor da dissolução. Tal temor sobressairá em relação ao insustentável, afinal, as conseqüências da falência de uma relação adoece cada dia mais uma das partes.

A impossibilidade de ouvir e ser escutado, as palavras que se tornam armas constantemente usadas para atingir,as acusações respondidas com acusações, a força frágil do discurso autoritário que impele o outro sempre à opressão o faz refém de seus próprios sentimentos.

Marcus Antonio Britto de Fleury Junior