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quarta-feira, 30 de janeiro de 2008


Bernardo Élis (B. E. Fleury de Campos Curado), advogado, professor, poeta, contista e romancista, nasceu em Corumbá de Goiás, GO, em 15 de novembro de 1915.
Foi eleito para a Academia Brasileira de Letras, sucedendo a Ivan Lins na Cadeira n. 1, em 23 de outubro de 1975, e recebido em 10 de dezembro de 1975, pelo acadêmico Aurélio Buarque de Holanda Ferreira.
É filho do poeta Érico José Curado e de Marieta Fleury Curado. Iniciou o estudo das primeiras letras com o pai, em casa. Passou o ano de 1923 na casa do avô materno, na capital do Estado, onde se matriculou no Grupo Escolar. Depois retornou para Corumbá continuando os estudos com o pai, de quem viria o estímulo para as letras. Aos doze anos escreveu o primeiro conto, inspirado em "Assombramento", de Afonso Arinos.
Em 1928, viajou com a família para Goiás, onde fez o curso ginasial no Liceu. Ampliou suas leituras, principalmente de Machado de Assis, Eça de Queirós e dos autores modernistas.
Após a interrupção dos estudos por dois anos, em 1940 concluiu o curso clássico no Liceu de Goiânia. Em 1945, formou-se na Faculdade de Direito, sendo orador de sua turma.
Iniciando-se na função pública, em 1936, como escrivão da Delegacia de Polícia em Anápolis, foi nomeado escrivão do cartório do crime de Corumbá.
Participou, desde 1934, dos acontecimentos literários do Brasil central, escrevendo poesias e enviando colaborações de cunho modernista para os jornais de Goiânia. Em 1939 transferiu-se para Goiânia, onde foi nomeado secretário da Prefeitura Municipal, com exercício das funções de prefeito por duas vezes.
Em 1942, mudou-se para o Rio de Janeiro com a intenção de aí fixar-se. Trazia um livro de poesias e outro de contos, que pretendia publicar. Sem realizar seu intento, retornou a Goiás. Fundou a revista Oeste e nela publicou o conto "Nhola dos Anjos e a cheia de Corumbá".
Em 1944, seu livro de contos Ermos e gerais foi publicado pela Bolsa de Publicações de Goiânia, obtendo sucesso e elogios de toda a crítica nacional.
Em 45, participou do 1o Congresso de Escritores de São Paulo, quando conheceu vários escritores nacionais, entre os quais Aurélio Buarque de Holanda, Mário de Andrade e Monteiro Lobato. Voltando para Goiânia, fundou a Associação Brasileira de Escritores, da qual foi eleito presidente. Ingressou no magistério como professor da Escola Técnica de Goiânia e do ensino público estadual e municipal.
Nos anos subseqüentes, dedica-se ao magistério e à vida literária. Foi co-fundador, vice-diretor e professor do Centro de Estudos Brasileiros da Universidade Federal de Goiás, daí passando a professor de Literatura na Universidade Católica de Goiás e em vários cursos preparatórios ao vestibular das universidades. Além de colaborar com os órgãos culturais que circulam no Brasil central, participou de congressos de escritores realizados em São Paulo, Belo Horizonte, Porto Alegre e Goiânia, promoveu o I Congresso de Literatura em Goiás (1953) e realizou palestras, conferências e cursos literários.
Entre 1970 a 1978, desempenhou as funções de Assessor Cultural junto ao Escritório de Representação do Estado de Goiás, no Rio de Janeiro, e reassumiu o cargo de professor na Universidade Federal de Goiás. Desempenhou ainda a função de Diretor Adjunto do Instituto Nacional do Livro, em Brasília, de 1978 a março de 1985. Em 1986, foi nomeado para o Conselho Federal de Cultura, ao qual pertenceu até a extinção do órgão, em 1989.
Recebeu inúmeros prêmios literários: Prêmio José Lins do Rego (1965) e Prêmio Jabuti, da Câmara Brasileira do Livro (1966), pelo livro de contos Veranico de janeiro; Prêmio Afonso Arinos, da Academia Brasileira de Letras, pelo seu Caminhos e descaminhos; Prêmio Sesquicentenário da Independência, pelo estudo Marechal Xavier Curado, criador do Exército Nacional (1972). Em 1987, recebeu o Prêmio da Fundação Cultural de Brasília, pelo conjunto de obras, e a medalha do Instituto de Artes
Obras: Primeira chuva, poesia (1955); Ermos e gerais, contos (1944); O tronco, romance (1956); Caminhos e descaminhos, contos (1965); Veranico de janeiro, contos (1966); Caminhos dos gerais, contos (1975); André Louco, contos (1978); Seleta de Bernardo Élis. Org. de Gilberto Mendonça Teles; estudo e notas de Evanildo Bechara

CASA DO IMORTAL BERNARDO ÉLIS.
NAS DUAS PRÓXIMAS SEMANAS ESTAREMOS POSTANDO FOTOGRAFIAS DA CASA DO ESCRITOR GOIANO BERNARDO ÉLIS.


BERNARDO ÉLIS, FOI O ÚNICO GOIANO A INTEGRAR A ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, Sua CASA HOJE ABRIGA A ASSOCIAÇÃO CULTURAL BERNARDO ÉLIS PARA OS POVOS DO CERRADO E UMA BIBLIOTECA COM OBRAS PRIMAS DALITERATURA , ENTRE ELES, EXEMPLARES COM AUTÓGRAFOS DE MANUEL BANDEIRA, PROFESSOR E AMIGO DE NOSSO ESCRITOR.OS QUE DESEJAREM OBTER MAIORES INFORMAÇÕES SOBRE BERNARDO ÉLIS DEVEM LER SUA AUTOBIOGRAFIA,ALÉM CLARO DE SUA VASTA OBRA QUE ABRANGE ASAPECTOS REGIONALISTAS.AOS INTERESSADOS NA AUTOBIOGRAFIA SUGIRO: A VIDA SÃO AS SOBRAS. UM EXCELENTE OLHAR DE BERNARDO COM UMA BASE BEM FUNDAMENTADA NA PSICANÁLISE , BEM COMO , NO EXISTENCIALISMO.ABRAÇOS




CASA DO IMORTAL BERNARDO ÉLIS.


NAS DUAS PRÓXIMAS SEMANAS ESTAREMOS POSTANDO FOTOGRAFIAS DA CASA DO ESCRITOR GOIANO BERNARDO ÉLIS.BERNARDO ÉLIS, FOI O ÚNICO GOIANO A INTEGRAR A ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS.



foto do carro de Bernardo Élis , um Corcel II LDO Prata


Mais fotos abaixo.


CASA DO IMORTAL BERNARDO ÉLIS.

NAS DUAS PRÓXIMAS SEMANAS ESTAREMOS POSTANDO FOTOGRAFIAS DA CASA DO ESCRITOR GOIANO BERNARDO ÉLIS.

BERNARDO ÉLIS, FOI O ÚNICO GOIANO A INTEGRAR A ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS, SAU CASA HOJE ABRIGA A ASSOCIAÇÃO CULTURAL BERNARDO ÉLIS PARA OS POVOS DO CERRADO E UMA BIBLIOTECA COM OBRAS PRIMAS DALITERATURA , ENTRE ELES, EXEMPLARES COM AUTÓGRAFOS DE MANUEL BANDEIRA, PROFESSOR E AMIGO DE NOSSO ESCRITOR.

OS QUE DESEJAREM OBTER MAIORES INFORMAÇÕES SOBRE BERNARDO ÉLIS DEVEM LER SUA AUTOBIOGRAFIA,ALÉM CLARO DE SUA VASTA OBRA QUE ABRANGE ASAPECTOS REGIONALISTAS.

AOS INTERESSADOS NA AUTOBIOGRAFIA SUGIRO: A VIDA SÃO AS SOBRAS. UM EXCELENTE OLHAR DE BERNARDO COM UMA BASE BEM FUNDAMENTADA NA PSICANÁLISE , BEM COMO , NO EXISTENCIALISMO.

ABRAÇOS.

sábado, 26 de janeiro de 2008

63 anos de Holocausto pós Segunda-Guerra e mais séculos de silêncio no Brasi?l


As organizações mundiais que se consideram comprometidas com os direitos humanos, inclusive a ONU, relembram na data de 27 /01 /2008, os 63 anos de libertação das vítimas dos campos de concentração. Lá, estavam ciganos , homossexuais , Judeus,idosos, mulheres, crianças, opositores aos princípios do Partido Nacional Socialista em especial, ao füher Adolf Hittler, aclamado às custas da fictícia propaganda elaborada por Leni Rienfenstal , cineasta alemã, responsável pelo marketing político de seu líder .

Foram exterminados milhões de judeus nos seis campos de concentração espalhados pelo domínio das forças nazistas: Auschwitz-birkenau (mais de milhão de pessoas exterminadas) ; ; Belzec(600 mil pessoas exterminadas); Chelmo(320 mil pessoas exterminadas) ;Maidanek(250 mil extermínios);Sobibor(250 mil pessoas exterminadas) e Treblinka(870 mil pessoas exterminadas) Esse holocausto deu-se a sessenta e três anos atrás , no entanto, não devemos nos esquecer das constantes perseguições promovidas aos judeus ao longo de toda história .Não precisamos ir tão longe, basta que venhamos a nos lembrar do Egito; da Babilônia; do Império Romano, cuja população total era composta por 10% de judeus .


Em Sevilha, no ano de 1391, o massacre de 4000 judeus. Parte da comunidade judaica para livrar-se da morte , estrategicamente converteu-se ao catolicismo . Sendo que, alguns após algum tempo, retornaram ao judaísmo: Os criptojudeus, os marranos; Outros, temendo por maiores conseqüências, incorporaram-se à doutrina católica .

Em 1473 , o reinado de Fernando e Isabel encontrava-se numa profunda crise , para disfarçar colocou a culpa em Judeus, Mouros e nos conversos que buscaram na Holanda, refúgio, sendo que , anos após, parte deles buscou o Brasil como possibilidade de segurança e recomeço de vida.

Em 1637, foi fundada no Recife, a primeira sinagoga Kahal Zur .Era governador geral naquele período, Tomé de Sousa, cuja origem judaica permitia liberdade à expressão da fé e dos costumes. Passaram a participar ativamente das atividades ligadas ao comércio , principalmente, aos engenhos de açúcar . Tornaram-se respeitados , detinham influência política e isso fez com que em 1654, fossem expulsos de Pernambuco . Muitos, adentraram o interior do Brasil, indo para São Paulo, Minas Gerais e Goiás ; outros foram para a América central e alguns fundaram Nova Amsterdã , onde seria mais tarde chamada de New York .

Sentimos sim, nós brasileiros, cujas origens judaicas são incontestáveis, muita dor ao relembrarmos não somente os 63 anos do fim dos campos de concentração, mas também de podermos constatar, ainda hoje, a proliferação da política anti-semita espalhando-se de forma acelerada por todo o mundo.

Lamentamos também pela história oficial não relatar essa parte tão significativa das origens culturais de uma parte de nossa nação. Há sim, no Brasil , assim com o grupo afro-brasileiro, que preserva suas origens, impondo-se à fúria do estado e da perversidade, o grupo dos sefaradis, ou dos Bnei Anusim(filhos do forçados) forçados a aceitação de doutrinas que não são próprias de uma das culturas mais antigas da história .

Alguns dados que podem ser interessantes, mesmo aos já conhecedores , mas, em 1591 , houve a primeira vistação do santo ofício que trazia em mãos denuncias de práticas judaicas no Brasil.Entre 1591 e 1618 os judeus se espalha, por diversas regiões do Brasil, pricipalmente, região sudeste e sul.Em 1618 , houve a segunda visitação do santo ofício.Em 1654,1- O Judeu Félix de Miranda, dossiê 5002, é deportado para Portugal, condenado e queimado em Lisboa.

Abaixo segue uma pequena relação dos Judeus condenados pelo santo ofício e encaminhados à Lisboa:

Os primeiros 25 brasileiros, judaizantes, condenados pela Inquisição foram:
ALCOFORADA, AnaANTUNES, HeitorANTUNES, BeatrizCOSTA, Ana daCOSTA, Brites daDIAS, Manoel EspinosaDUARTE, PaulaGONÇALVES, Diogo LasoFAVELLA, CatarinaFERNANDES, BeatrizFONTES, DiogoFRANCO, Lopez MatheusLOPEZ, DiogoLOPEZ, GuiomarMAIA, Salvador daMENDES, HenriqueMIRANDA, Antônio Félix deNUNES, JoãoROIZ, AnaSOUZA, João PereiraSOUZA, Beatriz deTEIXEIRA, BentoTEIXEIRA, DiogoULHOA, André Lopes

Segundo a historiadora Ana Novinsky, tivemos um tribunal do Santo Ofício , que atuou no Brasil durante anos, sobre o qual há pouco conhecimento. A inquisição Ibérica tem uma especificidade, foi criada exclusivamente como objetivo abater judeus. No resto da Europa a alegação da inquisição dava-se em virtudo daquilo que consideravam por heresia.


Entre os judaizantes, condenados e mortos pela inquisição, estava Bento Teixiera, brasileiro considerado fundador da literatura nacional, por ter escrito a primeiro poesia em território brasileiro, a prosopopéia, poema que narra feitos históricos do Governador de Pernambuco, Jorge dAlbuquerque Coelho, entre 1560 e 1618.

Dia 27 de janeiro, as atrocidades cometidas contra os judeus por Hitler e o nazifascismo são recordadas , porém , no Brasil , nossa história continua na obscuridade e perpetuada ao silêncio. Até quando ?


Marcus Antonio Britto de Fleury Junior .
Sefaradi e Bnei Anussim por ascendência.


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sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

USURPAR,PUNIR, OPRIMIR E MATAR...







USUSRPAR, PUNIR, OPRIMIR e MATAR.


Onde se estrutura a violência e quais os fatores que a desencadeiam hoje?

Onde as mesmas encontram suporte para que tenham tamanha relevância?

Essas são perguntas simples, cujas respostas são extremamente complexas em decorrência de uma rede intrínseca, onde múltiplos fatores agregam-se constituindo, assim, a formação dos conflitos sociais com abrangentes repercussões. No Brasil, como em outros países a dor transita pelas ruas , adentra lares , transpõem fronteiras , invade nossas vidas impondo um luto sem precedente , onde lágrimas escorrem silenciosamente, expondo toda nossa fragilidade e frustrando-nos como bichinhos dotados de uma pretensa perfeição. Somos confrontados pelo que não há controle, tratando-se do falível e do fatídico, sendo esses, base da desconstrução do controle que idealizamos em um mundo que desejaríamos possuir. Mas, nesse instante, perdemos o caráter do “super-homem”ou nos aterrorizamos com nossa crueldade refletida no outro. O que no assusta não é a violência que há no outro, mas sim, aquilo que há em nós, manifesto em atitudes as quais negamos continuamente. O horror diante daquilo que somos capazes em fazer revela a face do que está latente em todos nós. A elevada perversidade, incauta na construção da fala que busca estruturar o discurso daquilo que rejeitamos, mas que atribuímos e constatamos no outro.

Somos,filogeneticamente, animais violentos diante de nossas pulsões e nem mesmo a capacidade em elaborar normas de regulação social conseguem conter o anímico que se desloca ao agregar um estado afetivo , afinal , uma emoção adquire definições estruturadas para depois serem chamadas de sentimentos.

Nos sentimentos estão agregados valores simbólicos, aos quais, cada cultura estrutura, sendo que eles perdem a singularidade estabelecida pela subjetividade, intervindo assim, no conflito em relação ao EU quanto ao ID e reforçados pelo Super-Ego, tornando-se construções onde estão implícitos valores, cujo conjunto social, com suas normas, com suas morais legitimam convenções impondo valores éticos, visando buscar uma forma em oferecer construtos definidos em convenções, tendo por referenciais parâmetros que nada mais fazem, senão, buscar uma forma em interpretar por meio do controle, com caráter punitivo as atitudes de seus semelhantes e esse ao contrariarem as convenções abalam as bases de sustentação e conforto produzindo uma cadeia de retaliações , onde estão fundamentados os interesses dos mantenedores do Estado, estando esse último, sempre à mercê daqueles que o fomentam , seja financeiramente ou mesmo dialeticamente.

O poder do Estado, na sua explicita fragilidade, fragmenta-se revelando as farsas elaboradas, sendo essas, fatores que respaldam os interesses dos poderes que o constituem, impondo sobre o outro a perda dos aspectos das semelhanças para que seja respaldada a motivação do assassínio, da violência racionalizada diante daquele “que deve desaparecer”, afinal, a presença de suas manifestações compromete uma rede de interesses, suscitando, ao mesmo tempo, desejos que estão nos recônditos secretos, vividos à margem do que é estabelecido como centro regulador de condutas e padrões que protegem uma segurança frágil, pretensiosa e tendenciosa sobre algo que surpreende ao ser manifesto, atormentando a limitada canção à “liberdade” elaborada na tentativa em definir o mundo como algo perfeito.

O Estado fundamenta a violência e, em resposta, obtém a estruturação de sua imagem refletida no desamparo, gerando outro estado.
Um é oficial, regula, normatiza estabelecendo defesas aos interesses de uma minoria privilegiada que paga valores estranhos, comuns a fundamentação da corrupção e da farsa que oferece prepotência e jactância dos discursos falidos, protegidos pela constitucionalidade do nada, afinal, nada são.

O outro estado, nada mais é, senão a projeção do Estado oficial. Apresenta-nos o seu teatro dos horrores, transformando a “liberdade” ofertada a preço de miséria social ao que está mergulhado. Ambos são “criminosos”, vendem o mesmo produto, apenas diferenciado pelos conteúdos e pelos métodos, explorando uma nação que é atropelada, arrastada pelas ruas e esquartejada pela corrupção, pela mentira e pelo assassinato. Antes, é claro, espera pelo suplicio impondo-nos as complexidades da barbárie e da crueldade.

O estado “permissivo” e tendencioso, expõe e move-se em seus próprios interesses, fundando assim, O Crime, arrastando em sua perversidade uma legião de indivíduos que identificam-s , fundando o outro estado , sendo esse o reflexo daquilo que o primeiro destina-se :USUSRPAR, PUNIR,OPRIMIR e MATAR. Isso os aproxima, gerando uma identificação entre as duas “forças” que quando deslocadas à consciência, configuram-se no que buscam: PODER.

Ambos buscam por intermédio do outro o suplicio, sendo esse, o gozo outrora recalcado pelas castrações das pulsões.

Marcus Antonio Britto de Fleury Junior

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

3º Festival da Loucura de Barbacena

Com o objetivo de promover a inclusão social por meio da cultura e a celebração das diferenças, o 3º Festival da Loucura de Barbacena (MG) será promovido, entre os dias 3 e 6 de abril, pela Empresa Municipal de Turismo da cidade, a CENATUR. São esperadas mais de 50 mil pessoas para os quatro dias de festival. A edição deste ano debate o tema "A loucura em diversos ramos" com palestras e seminários sobre artes plásticas, literatura, futebol e drogas.


O evento é gratuito e conta com diversas atividades socioculturais como o show do cantor Marcelo D2, marcado para o primeiro dia. Em seguida, Barbacena recebe a cantora Pity (4 de abril), as bandas Luxúria e Manacá (5 de abril) e, para encerrar, o festival apresenta o cover do Cazuza, no dia 6. As atividades acontecem na Praça da Estação, situada no centro da cidade.
Para participar, realizar exposição de produtos, fazer apresentações culturais, seja na proposição de uma oficina de arte ou científica, entrar em contato até dia 31 de janeiro pelo e-mail:

festivaldaloucura@yahoo.com.br ou pelo telefone (32) 9954.5200, falar com Érica.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2008

JESUS - O DASEIN- O SER EM SI . L A N Ç A M E N T O .

RESERVE ANTECIPADAMENTE O LIVRO QUE FALA DO QUE SOMOS PARA NÓS MESMOS.

JESUS : - O DASEIN - O SER EM SI-

LANÇAMENTO : MARÇO DE 2008




Há a narrativa onde Jesus sobe ao monte, lá passa quarenta dias a base de um rígido jejum. Nesse momento onde o frio, fome, medos, alterações neuropsicofisiologicas poderiam tê-lo feito aceitar a facilidade quanto aos impérios e riquezas que lhe foram oferecidos, ELE, em nome de sua liberdade, de seu amor próprio que advinha de sua causa, simplesmente assumiu sua escolha rechaçando veementemente a superficialidade que se esvai nos prazeres temporários e miseráveis implícitos nas estruturas do poder e das riquezas, mesmo envolto na mais árida solidão, mergulhado em seus questionamentos que certamente o angustiavam, porém estabeleciam reorganização em meio ao caos de pensamentos, sentimentos e emoções.

Desde a sua vida intra-uterina, diante da estrutura castradora de uma sociedade não menos hipócrita que a existente hoje, sentiu a através da angústia de sua mãe, ainda noiva e grávida, envolta ao medo em ser levada para fora da cidade e apedrejada conforme a “lei”, alterações oriundas da estrutura social imposta e manifesta no corpo de uma grávida, que transmitia todos seus sentimentos àquele feto que crescia no contexto da perseguição, exclusão, das dúvidas e do medo.

Os estados emocionais, através das alterações neuropsicoendocrinas desencadeiam complexas alterações químicas em todo sistema nervoso, que, conseqüentemente irá atuar sobre o sistema endócrino liberando substâncias que percorrem todo corpo e obviamente chegará até o feto, desencadeando alterações a nível perceptuais e fisiológicos. Quantas vezes diante do perigo ou do próprio medo, essa jovem grávida teve um elevado aumento na secreção de noradrenalina, para em seguida haver liberação de adrenalina, posteriormente, de cortisol sofrendo alterações neuropsicoendocrinas e fisiológicas contribuindo para eliciar processos de stress,melancolia , depressão etc..
Essas alterações ficam apenas para quem carrega um feto em seu corpo, isentando o fruto de seu ventre dos dissabores aos quais o mesmo é o veículo de vida e morte, prazer e desprazer para quem ali está temporariamente? Basta que os interessados recorram aos recentes estudos relacionados à vida emocional do feto e de sua mãe que comprovam justamente a relação entre os mesmos.

Imaginemos uma adolescente de 16 anos, 2008 anos atrás, imersa nas dores transcritas nas pedras que vitimou muitas mulheres, ver-se diante da proximidade de um ato elevadamente perverso que “esconde” secretos desejos por detrás da truculência dos arremessadores de pedras. O que e como ela se sentiu, quais eram seus pensamentos desencadeados através dos processos emocionais e quais eram as alterações sentidas em si. Quanta vez em meio a sua solidão foi assaltada por taquicardias, vômitos, cansaço e tantas outras alterações psicossomáticas, quantas vezes o choro não contido se estabeleceu, quantas vezes teve vontade de desaparecer? Quem compartilhava todas essas situações, quem estava mais próximo senão aquele mergulhado no líquido amniótico, envolto pela placenta, abrigado por seu corpo e “conectado” a tudo que se passava com essa moça?




Quanta tristeza e dor essa jovem grávida sentiu ao abandonar sua terra para reconquistar a liberdade, mesmo que ela estivesse no Egito, entretanto, assim como José, não seu marido, mas o filho de Jacó, lá era o local mais seguro em meio a tantas incertezas. Imaginemos todas essas alterações sentidas por seu filho desde a vida intra-uterina na mais tenra infância, depois de ouvir toda essa história milhares de vezes durante sua vida, além de sentir no “estagio do espelho”, o olhar dos outros para si, estabelecendo uma definição própria aos sentimentos de rejeição e passando conhecer a raiz de suas angústias.

Crescer fazendo o SER prevalecer em Si mesmo foi um continuo desafio a quem desde a fecundação teve o espectro da rejeição e da exclusão tão presente em sua história, entretanto, ELE, assumiu sua busca, não se deteve em lançar-se aquilo que chamavam de loucura estabelecendo a maior transformação histórica de todos os tempos. Foi o SER em si e permitiu-se viver para si o SER que negamos existir em nós mesmos: A grandiosidade. Não o limitou às severas exigências que encarceram o homem na pobreza de sua emoções, compreendendo que amar o próximo era um desafio que começava nele mesmo, afinal, o que seria se não o descobrisse em seus exílios existenciais. Poderia até falar em amor e liberdade, entretanto, não conseguiria extrair o imenso prazer, nem tampouco, definir-se de forma tão abrangente, que incomoda o sujeito cartesiano, ao conceder-se para SI o pleno direito e liberdade em defini-se através do: “EU SOU O QUE SOU’”.


RESERVE ANTECIPADAMENTE O LIVRO QUE FALA DO QUE SOMOS PARA NÓS MESMOS.

JESUS : - O DASEIN - O SER EM SI-

LANÇAMENTO : MARÇO DE 2008

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

O que é o núcleo psicopatológico?

Quando comecei estudar relações familiares quase fechei os livros, ou melhor, pensei em direcionar minhas observações para outro campo mais ameno, afinal, ter que desconstruir paradigmas e demais conceitos estabelecidos em relação à pretensa perfeição transcrita nas idealizações relativas à família era um choque.

Conviver em família remete-nos a compreensão da estrutura psicodinâmica, pois, a mesma, “ocasionalmente” eleva um de seus membros a condição de um todo adoecido e como resultado desse contexto obtemos perdas e fragilização do ser, que , conseqüentemente irá resultar em indivíduos com complexas dificuldades quanto a tomada de decisões, inseguros e completamente instáveis na relação com eles mesmo e com os outros , perpetuando assim, a sustentabilidade do grupo familiar através do adoecer de um de seus membros , mantendo assim, uma estrutura neurótica como forma de defesa aos sintomas psicóticos. Quantas vezes escutamos “FULANO É DA PÁ VIRADA”, “BELTRANO É UMA OVELHA ERRANTE DO REBANHO”, “AQUELE SUJEITO NÃO TEM SOLUÇÃO”. Pois então, você pode até ter pensado em uma pessoa em especial , ou até mesmo ter dito : “ Sou eu”, esse cara está falando de mim. Pode ser , desde que você a posição acima peculiar a sus história. Muitas pessoas se dispõem a esses lugares geradores de estabilidade e unidade ao grupo .

Pode ser um duro golpe compreender que toda família necessita de um indivíduo fragilizado ou adoecido para manter-se agregada. Necessita ter um núcleo psicopatológico para juntar-se aos demais membros, evitando assim o risco da fragmentação. Então, um une-se ao outro consolidando vínculos com os mesmos a partir da fragilidade daquele que é o tema central de toda reunião familiar. Outros assuntos até podem surgir durante tais encontros, mas o tema central redime aquilo que tanto incomoda a cada um , purificando-os, livrando-os dos temores psicóticos mascarados pelas neuroses. Cada membro estabelece uma conexão com o núcleo psicopatológico e interliga-se estabelecendo uma frágil relação que denominam de “equilíbrio” , porém, o mesmo não suporta qualquer sinal de mudança do núcleo pasicopatológico , rompendo as ligações como os outros integrantes do grupo , levando-os à fragmantação coletiva explícita de cada um .

Toda movimentação do grupo em torno desse núcleo tem por objetivo manter a unidade neurótica constituída com base no super-ego recalcando pulsões desejadas e renunciadas , sendo elas não resignificadas dentro dos processos de sublimação . Sublimar pode em muitas situações ser extremamente salutar, afinal, gera recursos de preservação . Mas todos que gravitam em torno do núcleo preferem massacrar o outro, preservando assim oq eu não admitem ter ou ser condensando suas pulsões e deslocando-as com semblante de sobriedade em nome dos bons costumes, da ética, da moral sem sequer sabem o que isso vem a ser, restando apenas o discurso, cuja racionalidade é nada mais que o “cerzir invisível” frente àquilo que tentam ocultar.

Constroem sobre o núcleo psicopatológico a imagem que necessitam para sustentar as relações com os demais membros do grupo familiar. Sentem-se muito próximos, amados, desejados e necessários uns aos outros, mas o que os une assim é o medo de se estraçalharem devido o ódio que retêm em suas vidas, constituindo assim, uma imagem de herói sobre os outros, para sentirem-se perfeitos, austeros, sentimentais sofrendo unidos para escarnecerem aquele que não suportam , mas esse , nada mais é que aquele que o vê no quisto das projeções e transferências .

O núcleo psicopatológico ao mover-se em sua dor ganha até incentivo do grupo familiar por um período, mas, ao colocar em risco o “eixo gravitacional” que mantêm o conluio dos neuróticos, perde por parte desses o apoio , afinal , seria a fragmentação e o contato que cada um teria com o insuportável contido em suas histórias repletas de perdas,frustrações,recalques e pulsões continuamente negadas , gerando questionamentos relacionados as diferenças entre cada um , fato esse não visto quando estavam tão próximos.

Qualquer movimentação do núcleo além da fronteiras destitui o controle que requer observância severa e contínua punição, afinal massacra para não sentir o contato com a liberdade que não conseguem ter.

Quantas famílias têm aquela reunião no final do dia ou em qualquer outro período onde todos se assentam à mesa para falarem de “fulano” ou “beltrano”. Ele é o tema central e sem o mesmo o café fica frio e com gosto de borra. O biscoito fica duro e quebra os dentes interrompendo a fala e a motivação que outrora negava dores pessoais.

Existem casos onde o Núcleo psicopatológico ao mover-se do centro de sustentação do grupo familiar é perseguido por todos com intuito em faze-lo retornar a hábitos que outrora fortalecia toda estrutura repressiva . Quando o grupo perde a possibilidade em reprimir , ele se aproxima de surtos psicóticos e isso torna-se insustentável .

Exemplos:

Quando um dependente químico decide abandonar o uso de substâncias psicoativas existe a grande possibilidade de seus pais separem-se, afinal, a união de ambos era nada mais que mantida pelo “filho adoecido”.

Quando um filho resolve sair de casa, sendo esse o núcleo psicopatológico, promove uma profunda desagregação em todo o grupo. Existem casos que surgem doenças abruptamente, levando àquele rompeu com o seu antigo estado sentir-se culpado e, caso se sinta, poderá retomar sua posição restabelecendo a unidade do grupo e a “cura” das pessoas pelo seu adoecer.



Marcus Antonio Britto de Fleury Junior